O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, arquivou o inquérito dos atos antidemocráticos e abriu outro para apurar a existência de uma organização criminosa. Na decisão, o ministro afirmou que, durante as investigações realizadas pela Polícia Federal, surgiram “fortes indícios e inúmeras provas sobre outras condutas, em tese, criminosas, anteriormente não conhecidas pela autoridade policial ou pela Procuradoria-Geral da República”. O inquérito arquivado apurava a organização de manifestações que defenderam causas inconstitucionais, como a intervenção militar e o AI-5. Entre os investigados estão as deputadas Carla Zambelli (PSL-SP), Alê Silva (PSL-MG), Bia Kicis (PSL-DF), Daniel Silveira (PSL-RJ), Aline Sleutjes (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Caroline de Toni (PSL-SC), General Girão (PSL-RN) e Guga Peixoto (PSL-SP). O blogueiro Allan dos Santos, do canal Terça Livre, também é apontado como um dos organizadores dos ataques a parlamentares, ao Congresso e ao STF.
O encerramento da investigação foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no início deste mês. Com o arquivamento, também foram revogadas as medidas cautelares de alguns investigados, como Sara Giromini, Renan de Morais Souza, Érica Vianna de Souza, Emerson Rui Barros dos Santos, Arthur Castro, Daniel Miguel e Oswaldo Eustáquio. O novo inquérito, que terá prazo de 90 dias, vai analisar a suspeita da existência “de uma verdadeira organização criminosa de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito.” Na decisão, Moraes diz que as investigações da PF apontam que a suposta organização tenta desestabilizar os poderes Legislativo e Judiciário e aparenta seguir a mesma estrutura identificada no inquérito dos atos antidemocráticos.
Fonte: Jovem Pan