A viúva do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, Lucía Hiriart, morreu nesta quinta-feira, 16, aos 99 anos de idade, após meses sofrendo com problemas respiratórios. “A coisa está confirmada, não tenho mais nada a lhe dizer”, declarou à Agência Efe o ex-agente da Diretoria Nacional de Inteligência (DINA) Cristián Labbé, encarregado da segurança durante a ditadura militar de Pinochet, que durou de 1973 a 1990. Lucía esteve longe da vida pública por muito tempo devido à sua idade avançada e havia sido hospitalizada várias vezes nos últimos anos devido ao seu delicado estado de saúde. Ela morreu em sua casa, no leste de Santiago, segundo a imprensa local. Ela é uma das figuras históricas mais importantes do país porque, junto com Pinochet, comandou uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina, que deixou pelo menos 40 mil vítimas e mais de 3 mil pessoas assassinadas ou desaparecidas nas mãos de agentes.
Logo após a notícia, o som da buzina começou a ser ouvido em alguns bairros da capital chilena e dezenas de pessoas se aglomeraram na Praça Itália, epicentro da grave agitação civil iniciada em outubro de 2019. Cinco filhos nasceram de seu casamento com Pinochet: Augusto Osvaldo, María Verónica, Inés Lucía, Jacqueline Marie e Marco Antonio. A morte de Lucía acontece 15 anos depois da de Pinochet, ocorrida em 10 de dezembro de 2006, e três dias antes de o Chile realizar suas eleições mais incertas e importantes desde o fim da ditadura, com dois candidatos antagônicos enfrentando-se nas urnas: o advogado de extrema direita José Antonio Kast e o deputado de esquerda Gabriel Boric.
Fonte: Jovem Pan