Morre Paulo Mendes da Rocha, premiado arquiteto brasileiro, aos 92 anos

Paulo Mendes da Rocha foi o arquiteto brasileiro mais premiado

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha morreu neste domingo, 23, aos 92 anos. Ele estava internado em São Paulo com  câncer de pulmão. Desde a morte de Oscar Niemeyer (1907-2012), ele se tornou o mais renomado arquiteto brasileiro. Além disso, foi mais premiado de todos eles, tendo recebido condecorações como o prêmio Pritzker, principal distinção da arquitetura mundial, em 2006, e o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2016. Para o arquiteto e urbanista Lucio Gomes Machado, professor da Universidade de São Paulo, Rocha foi “o mais importante arquiteto brasileiro da atualidade, seja pelo conjunto da obra, seja pelo enorme contingente de discípulos”. Nascido em Vitória, no Espírito Santo, em 1928, Paulo Mendes da Rocha formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, em 1954. Desta época, tornou-se próximo de colegas como Jorge Wilheim (1928-2014) e Carlos Millan (1927-1964) e, juntos, passaram a pensar – e, mais tarde, produzir – a arquitetura moderna paulista.

Influenciado pelas propostas de João Batista Vilanova Vilanova Artigas (1915-1985), Rocha passou a conceber suas primeiras obras, como o ginásio do Clube Atlhetico Paulistano. Ele, então, tornou-se um representante da chamada Escola Paulista, isto é, passa a lançar mão de concreto armado aparente, estruturas racionais e amplos espaços abertos. O projeto do Paulistano foi premiado na Bienal de São Paulo – e isso rendeu notoriedade ao então jovem arquiteto. Paulo se tornou professor na Universidade de São Paulo em 1961, mas durante o regime militar acabou sendo compulsoriamente afastado pela ditadura. Entre os projetos que concebeu ao longo de sua carreira estão: o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo, a reforma do Centro Cultural da Fiesp, também em São Paulo, e a Capela de São Pedro Apóstolo, em anexo ao Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão. O arquiteto também teve obras que foram criticadas ao serem executadas, como a reconfiguração da Praça do Patriarca, em São Paulo, bem como a cobertura da Galeria Prestes Maia.


Fonte: Jovem Pan

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