MP do Amazonas pede prisão preventiva do prefeito de Manaus

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pediu a prisão preventiva do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e da secretária municipal de Saúde, Shadia Fraxe, por um suposto esquema de “burla à fila de prioridades na vacinação contra a Covid-19” na capital do estado. A ação foi apresentada na segunda-feira, 25, ao Tribunal de Justiça do estado (TJ-AM), que já se declarou incompetente para analisar o caso e enviou a petição ao Tribunal Região Federal da 1ª Região (TRF1). “Exsurge cristalina a suspeita do Parquet Estadual de que houve verdadeira corrida na contratação dos médicos apontados na Peça inaugural para que este grupo de pessoas, aparentemente, amealhadas por relações de amizade ou parentesco, fosse beneficiado pela sua tempestiva inclusão no grupo de profissionais da saúde, que trabalham em unidade pública, na linha de frente ao combate contra a pandemia”, escreveu o desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos em sua decisão.

A investigação do MP apontou a contratação de 10 médicos, com remuneração de cerca de R$ 9 mil cada, para cargo de gerente de projetos. Entre as contratadas estão as irmãs gêmeas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins – filhas do empresário Nilton Lins, elas chegaram a divulgar nas redes sociais fotos do momento em que receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus. Os outros médicos, segundo a investigação, são: Carlos Augusto do Couto
Valle Bonfim Borborema, Fernanda Alves Bueno de Oliveira, Manoel Charlete Pereira Júnior, David Louis de Oliveira Dallas Dias, Gabriela Pereira de Aguiar, Tatiana Mota Lotti, Alessandro Silva Pontes e Carla Angelina Lima Ribeiro Frota. Segundo a Promotoria do estado, os contratados possuem “ligações políticas e econômico-financeiras de apoio político e eleitoral ao atual prefeito” e as nomeações ocorreram nos dias 18 e 19 de janeiro, “no acender das luzes da vacinação”, o que, diz o MP, denota “a forte impressão de que a corrida para a formalização dos cargos ocorreu exatamente coincidindo com o momento das vacinas, a configurar fundada suspeita para as medidas apropriadas de apuração dos fatos”. A imunização no Brasil foi iniciada no dia 17 de janeiro, no estado de São Paulo.


Fonte: Jovem Pan

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