Em época de tanta instabilidade profissional e desemprego motivados pela pandemia, especialistas destacam quais são os principais sinais que apontam o momento de se preparar e partir para outra carreira. A palavra de ordem para fazer essa transição da melhor maneira possível é planejamento.
A especialista em gestão de pessoas Érika Callegari reforça que “todo momento é de repensar a profissão”. “Não se deve esperar uma demissão porque vai demorar mais tempo para fazer a transição. Em caso de surpresa, a possibilidade de se tomar uma atitude precipitada é maior.”
O primeiro passo para quem deseja mudar de carreira é avaliar cuidadosamente os motivos que levam o profissional à nova condição, como mais qualidade de vida, questão financeira ou mesmo o quanto se sente realizado na ocupação atual.
“Refletindo sobre isso, é preciso haver um tempo de maturação dessa ideia para que não seja tomada nenhuma decisão precipitada. A mudança não pode ser abrupta. Quanto mais pensada e estruturada, maior será a chance de sucesso”, orienta (leia mais no quadro sinais que indicam necessidade de mudança de emprego).
Lista
A especialista reforça que o profissional deve fazer uma lista dos possíveis benefícios e possíveis perdas em caso de mudança. “Escrevendo isso, será mais fácil avaliar de maneira racional”.
O próximo passo é buscar profissionais que trabalham na nova ocupação desejada. “Conhecimento do dia a dia, das dificuldades e benefícios, para validar o que anotou ou se surgiram informações novas”.
Foi o que fez a representante comercial Fernanda Ribeiro, 38 anos. Estagnada como recepcionista em um banco, ela programou a transição antes de pedir demissão para mudar de carreira: conversou com amigos representantes comerciais para saber sobre a nova rotina e como estava o mercado.
“No começo fiquei em dúvida sobre trocar o certo pelo duvidoso em pleno ano de pandemia, mas busquei mais informações e meus pais me incentivaram. Neste novo emprego, tenho oportunidade de crescimento financeiro que não tinha no outro. Quanto mais eu trabalhar, mais eu ganho. Comecei faz dois meses e está dando certo, me traz realização”, declarou Fernanda.
Ela faz representação no ramo de perfumaria em um raio de 100 quilômetros ao redor de Marília.
Balões
Vanessa Guadalini, 40, trabalhou por mais de 15 anos como gerente de uma casa noturna e fazia artesanato nas horas vagas. Veio a pandemia e ela teve de se reinventar. Após ver em São Paulo balões de decoração, surgiu a primeira inspiração. Depois, viu um curso no Instagram sobre como confeccionar esses balões decorativos e não teve dúvida.
“Deu tudo tão certo que nem deu tempo de eu terminar o curso, os pedidos já começaram e hoje atendo todo o Brasil”, comemora Vanessa, que já tem quase 7 mil seguidores orgânicos no Instagram, no perfil @4estacoespresentes.
Iniciado há cinco meses, o negócio vai tão bem que Vanessa já se mudou de casa – o apartamento estava pequeno – e está prestes a abrir um espaço comercial para atendimento vip dos clientes. “Hoje vivo de balão”, conclui.
Habilidades
Outro ponto importante apontado pela especialista em gestão de pessoas Érika Callegari na mudança de profissão é avaliar quais habilidades são necessárias para assumir a nova ocupação, por meio de cursos ou mesmo relativas ao comportamento.
“Deve-se ver se a nova escolha está aliada ao estilo de vida da pessoa. Se ela quer abrir um restaurante, por exemplo, saberá que estará trabalhando enquanto todos estarão se divertindo e não basta saber cozinhar, precisa da habilidade para atender clientes e da gestão do negócio em si”, enumera.
Caso não se sinta confortável em fazer as avaliações sozinho, deve-se procurar um profissional especializado em transição de carreira. “Também há sites gratuitos que fornecem orientação”, conclui.