Na CPI da Covid-19, Campêlo contradiz Pazuello sobre crise de oxigênio no Amazonas

Campêlo foi criticado por senadores governistas, independentes e oposicionistas

Em seu depoimento à CPI da Covid-19, nesta terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo afirmou, em mais de uma ocasião, que o governo do presidente Jair Bolsonaro foi informado da escassez de oxigênio no Estado no dia 7 de janeiro. A declaração contradiz a versão apresentada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à comissão – aos senadores, o general do Exército disse que só soube da iminência da crise na noite do dia 10 de janeiro. Segundo Campêlo, na conversa por telefone, ele foi orientado a procurar o Comando Militar da Amazônia para solicitar auxílio. “Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico”, relatou.

Campêlo também afirmou que, apesar de ter tratado sobre a iminente escassez do insumo com Pazuello, não houve resposta do Ministério da Saúde a uma série de ofícios enviados pelo governo estadual à pasta. O primeiro contato foi feito após a White Martins afirmar que haveria um atraso na entrega de oxigênio. “No dia 9 de janeiro, quando percebemos que haveria atraso na chegada da primeira balsa prometida pela White Martins, enviamos ofício, e existia agenda do ministro Pazuello em Manaus a partir do dia 10. Então, no dia 10 foi relatada a situação dessa preocupação de apoio logístico”, contou. “Não tenho conhecimento se houve resposta, acredito que não. Não houve resposta, que eu saiba [aos ofícios enviados à Saúde]. A programação da White Martins estava para dia 9, como não houve confirmação, enviamos ofício ao Ministério da Saúde via comitê de crise [do governo estadual], nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro”, acrescentou.


Fonte: Jovem Pan

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