‘Nosso povo precisa de oxigênio, precisa respirar’, diz governador do Amazonas

Governador baixou decreto que proíbe a circulação de pessoas entre 19h e 6h

Diante do aumento do número de casos de coronavírus, o estado do Amazonas enfrenta o colapso da rede hospitalar. Em algumas unidades, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas, funcionários afirmam que não há oxigênio para atender os pacientes, que têm sido submetidos a oxigenação manual. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), afirmou que o cenário local é de guerra, deu detalhes sobre o plano de ação, desenvolvido em conjunto com o Ministério da Saúde, para o transporte de pessoas hospitalizadas para outros estados, e pediu à população que mantenha o distanciamento social.

“A situação em nosso estado é muito difícil. É bem difícil. Os casos de Covid-19 aumentaram significantemente nos últimos dias. Há indícios de uma variante diferente, com várias mutações e com poder maior de transmissibilidade. Isso fez com que várias pessoas fossem infectadas, superlotando as nossas unidades. Ontem, tive uma reunião com a empresa responsável pelo fornecimento do oxigênio para o estado. Me informaram que tínhamos um pouco mais de fôlego para atender a rede hospitalar, mas, no fim da noite, fui comunicado que não haveria mais condições de fornecer oxigênio em quantidades suficientes. Temos cinco unidades com seus estoques em estado críticos. É uma situação bem difícil porque temos mais que o dobro de internações quando da época do primeiro pico da pandemia”, disse Wilson Lima à Jovem Pan.

Nesta quinta-feira, 14, Lima baixou um decreto que prevê o fechamento de todas as atividades não essenciais entre 19h e 6h e a suspensão do transporte coletivo de passageiros. Em coletiva de imprensa ao lado de membros do comitê de enfrentamento à Covid-19 do estado, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, afirmou que o consumo diário de oxigênio no estado é de 76.500 metros cúbicos, enquanto a produção da empresa responsável pelo fornecimento é de 28.200 metros cúbicos. Há, portanto, um déficit diário de quase 50.000 metros cúbicos. Diante do cenário, o Ministério da Saúde, em parceria com o governo do Amazonas, criou uma força-tarefa para garantir a transferência de pacientes com quadro de saúde moderado para outros estados.


Fonte: Jovem Pan

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