Nova variante do coronavírus encontrada no interior de SP compartilha mutação com cepa indiana

Nova cepa foi registrada no interior de São Paulo

Cientistas de São Paulo registraram nesta terça-feira, 25, o aparecimento de uma nova variante do coronavírus em cidades do interior do Estado. Batizada de “P.4”, a cepa foi encontrada pelo projeto de pesquisa da rede Corona-Ômica, feito por um grupo de membros da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Segundo o grupo, liderado pelos docentes Cintia Bittar, Paula Rahai e João Pessoa Araújo Júnior, a amostra mais antiga da nova variante foi identificada na cidade de Mococa, no interior do Estado de São Paulo, mas a cepa tem alta circulação em Porto Ferreira, município com pouco mais de 56 mil habitantes localizado próximo a São Carlos e Araraquara.

A variante foi encontrada em amostras coletadas a partir do mês de fevereiro na região. A cidade de Porto Ferreira foi escolhida pelos cientistas como um dos pontos de observação do novo coronavírus porque tinha, ainda no mês de março, a alta circulação das variantes P.1 e P.2 do vírus. “Nos chamou atenção que no meio das variantes P.1 e P.2 encontramos uma mutação que já tinha sido identificada na Califórnia. Nosso grupo, o pessoal de São José do Rio Preto, que chamou atenção e falou: ‘Encontramos uma variante aqui, vamos ver se ela foi encontrada esporadicamente’. A gente concentrou nossas análises na cidade de Porto Ferreira e viu que ela não era uma amostra isolada, ela estava também presente em outras pessoas. No dia 4 de março a gente fez uma pesquisa com um grande número de pessoas e foi vendo que já existia depósito dessa sequência, no banco de dados internacional”, explicou o pesquisador João Pessoa Araújo Júnior. Além de compartilhar traços da cepa detectada na Califórnia, a variante encontrada no interior de São Paulo compartilha a mutação L452R na proteína S encontrada na variante indiana da Covid-19, um dos fatores que traz preocupação para especialistas. Apesar da mutação em comum, os cientistas lembram que as duas cepas não têm a mesma origem.


Fonte: Jovem Pan

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