Número de diagnósticos de miopia aumenta durante a pandemia; entenda

Miopia é um erro de refração bastante comum e acontece quando a imagem se forma antes da retina, tendo como a principal característica a visão embaçada

A guia de turismo Hayla Braga tem miopia nos dois olhos e decidiu usar lentes de contato há cerca de três anos. Ela conta que, durante a pandemia, teve uma espécie de alergia no olho esquerdo, que a obrigou a voltar a usar óculos. “Para mim foi um tormento muito grande, porque com a máscara embaça o óculos, é complicado demais. Tive que fazer um tratamento pelo problema na visão, fiquei mais ou menos dois meses usando um remédio e não podia colocar lentes de contato de jeito nenhum”, afirma. Queixas como a da Hayla se tornaram comuns. Segundo o presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Refrativa e membro da comissão de relações internacionais da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Renato Ambrósio, a procura por cirurgias refrativas aumentou durante a crise sanitária. “Tem um artigo publicado na Índia falando que isso aumentou de 40 a 50% a incidência de olho seco por causa do uso da máscara. A pandemia de forma geral impacta de várias formas e isso faz as pessoas terem dificuldade com uso de óculos e buscarem a cirurgia refrativa.”

A miopia é um erro de refração bastante comum e acontece quando a imagem se forma antes da retina. A sua principal característica é a visão embaçada, que impede de enxergar com clareza o que está longe e pode provocar cansaço visual e dores de cabeça. Por causa da quarentena, o tempo gasto em atividades ao ar livre diminuiu. Com isso, muitas famílias recorrem aos dispositivos tecnológicos para trabalhar e também para entretenimento. Segundo especialistas, o confinamento domiciliar pode estar associado à mudança nos graus de miopia. Uma pesquisa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, realizada entre abril e junho com 295 oftalmologistas, aponta que 71,9% dos profissionais entrevistados relatam aumento na quantidade de pacientes de 0 a 19 anos de idade com diagnóstico.

De acordo com oftalmologista, membro do CBO e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, Fábio Ejzenbaum, a recomendação é reduzir esse tempo diante das telas e também buscar atividades externas para prevenir a doença. “A exposição à luz solar reduz a progressão da miopia, porque a luz solar estimula e faz o olho crescer menos, e a miopia é o olho grande. Se você pensar que as crianças ficaram usando o celular em casa, ficaram dentro de casa indo bem menos na rua, em ambientes de luz solar, parece que são dois fatores para terem aumentado a miopia”, afirma. Ainda segundo Fábio, sinas como queda no rendimento escolar, apertar e fechar os olhos para ver objetos ou se aproximar para identificar letreiros, podem sugerir a existência de problemas.


Fonte: Jovem Pan

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