Número de passageiros cresce, mas oferta de ônibus não acompanha demanda na pandemia em SP

Enquanto isso, a frota paulistana permaneceu com uma média de 12 mil ônibus circulando em dias úteis desde junho do ano passado

Maria das Neves Silva pega dois ônibus e um metrô todos os dias para chegar na faculdade onde trabalha como copeira. Ela conta que, mesmo na pandemia, o transporte público fica lotado. “É um em cima do outro, às vezes até pendurado na porta. Depois eu desço, pego o Metrô, a mesma coisa. Tudo cheio.” Um levantamento do Instituto de Energia e Meio Ambiente aponta que o número médio de passageiros nos ônibus municipais de São Paulo, por dia, aumentou de janeiro para fevereiro. Em média, 5,3 milhões pessoas utilizaram os ônibus públicos da capital paulista em cada dia útil de fevereiro deste ano.

O número representa 300 mil passageiros a mais do que a média de janeiro de 2021 — enquanto a quantidade de ônibus em circulação permaneceu inalterada. De acordo com o estudo, desde maio de 2020, após os primeiros meses de maior adoção do distanciamento social, o número de pessoas se locomovendo por ônibus tem aumentado gradualmente. Enquanto isso, a frota paulistana permaneceu com uma média de 12 mil ônibus circulando em dias úteis desde junho do ano passado. Ou seja, mil a menos do que o período pré-pandemia. Pesquisador do Iema, David Tsai, disse que a a concentração em horários de pico continua acontecendo.

“É bastante óbvio que, para evitar aglomeração, deveria ter mais ônibus na rua. Para evitar esse problema que é histórico, estrutural no Brasil. Sempre teve ônibus lotado. Mas agora, na pandemia, esse problema se intensifica.” Para o segurança Renato Anselmo, que circula diariamente de ônibus, é impossível manter o distanciamento social dentro do transporte público. “A gente pega o ônibus de manhã, não tem distanciamento nenhum. É normal, lotado.” Antes da crise sanitária, a capital tinha em média 8,4 milhões de passageiros por dia útil de fevereiro de 2020 — 60% a mais do que no mesmo mês de 2021.

*Com informações da repórter Caterina Achutti 


Fonte: Jovem Pan

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