O cartunista Angeli anunciou aposentadoria nesta quarta-feira, 20, depois de ter sido diagnosticado com afasia. Esta mesma doença fez com que o renomado ator Bruce Willis anunciasse aposentadoria dos filmes. Os dois artistas foram afetados por essa condição, que é um transtorno de linguagem que surge em decorrência de uma lesão cerebral e que, segundo o Guia de doenças e sintomas do Hospital Albert Einstein, pode afetar a capacidade de uma pessoa falar, escrever e entender as linguagens verbais e escritas. De acordo com o guia, existem diferentes tipos de afasia e a diferenciação pode ajudar na investigação das causas e na localização de lesões que levam ao quadro.
Foram desenvolvidos testes neuropsicológicos para entender os diferentes tipos de disfunção que são causados pelas afasias. Nestes testes, várias funções são avaliadas, como fluência de discurso, compreensão, capacidade de nomeação e repetição, leitura e escrita. Os testes, alinhados a um exame podem ajudar a localizar a lesão cerebral. Atualmente, as afasias são divididas em dois grupos: afasias fluentes e afasias não fluentes. Os sintomas da condição podem ser notados pelos próprios pacientes e por pessoas próximas e costumam se apresentar através de frases curtas ou incompletas e que, normalmente, não fazem sentido, falas incompreensíveis e incapacidade de entender conversas de outras pessoas.
Segundo o Hospital Adventista de Belém, as principis causas de afasia são acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores cerebrais e doenças degenerativas, como demência e alzheimer. Além disso, impactos que atinjam o hemisfério esquerdo do cérebro ou as regiões frontais e temporais à esquerda também podem causar a condição. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Em casos de instalação agua ou súbita da doença, o paciente deverá procurar um pronto-socorro especializado, porque a causa pode ser um AVC, que deve ser tratado o mais rapidamente possível para evitar evolução sem sequelas. Além disso, o tratamento deve ser acompanhado de programas de reabilitação que tem como pilar a fonoterapia, prática que envolve habilidades e pode ensinar os pacientes a suprir deficiências na comunicação.
Não existe maneiras de prevenir diretamente a afasia, sendo que o principal método é evitar doenças de base, como AVCs. Controlar os fatores de risco, como pressão arterial, diabete mellitus, obesidade, sedentarismo, tabagismo e colesterol também previnem AVCs e, consequentemente, as afasias. Não existem dados sobre a incidência da doença no Brasil, uma vez que ela pode ser consequência de outras doenças neurológicas. Sobre os AVCs, o DATASUS estima que, em 2016, houve 170 mil casos de internações por AVC, o que faz da doença a principal causa de morte e sequelas incapacitantes no Brasil.