Partir sem olhar pra trás e muitas vezes sem nem levar pertences, só a esperança de um futuro digno. Essa é a história de milhares de famílias que migram forçadamente, seja por conflitos armados, políticos, ou econômicos. Trajetórias como a da Liliana Brizuela, professora de química, de 40 anos, casada com Carlos Brizuela, professor de biologia, também de 40 anos. Eles são venezuelanos, residentes no Brasil há um ano e meio. Vieram com três filhos, o mais velho ficou em Caracas. O casal relata que lá, mesmo trabalhando como professores em escolas do governo, o salário ficava cada vez mais curto para dar conta do aumento descontrolado dos preços e as refeições chegavam a ser controladas durante o dia. Aqui a realidade é outra. “É bem melhor ficar aqui porque a gente tem paz, mais do que a comida, é importante, mas a paz, a tranquilidade que a gente tem de saber que nossos filhos vão ter um melhor futuro por causa de uma boa educação, de uma boa alimentação, por causa da tranquilidade mesmo que a gente conseguiu aqui”, afirmou.
Liliana dá aulas de espanhol e Carlos trabalha como auxiliar de limpeza. Mesmo fora da profissão, o sustento da família está garantido. Isso faz com que eles tenham sonhos e façam planos. “Tem as coisas cobertas, as necessidades básicas como alimentação, a gente pode focar em outras coisas que são de proveito para a gente. A gente quer fazer coisas que são não somente para nós, mas também para a humanidade”, explicou. O casal não é o único. Estima-se que mais de 5 milhões de venezuelanos já deixaram a Venezuela em busca de refúgio em outros países. O Brasil é um dos principais destinos. Aqui, estão abrigados mais de 260 mil refugiados. Os números são da organização humanitária Refúgio 343, que está presente em 15 estados brasileiros e trabalha em parceria com agências internacionais no apoio e reinserção socioeconômica de refugiados.
Fonte: Jovem Pan