Pacientes com epilepsia aguardam há quatro anos por chegada de novo tratamento ao SUS

Tratamento para epilepsia em casos severos deveria ser ofertado pelo SUS desde 2018

Thiago Santos começou a ter epilepsia aos seis anos e sofre com a condição há 27. Desde as primeiras crises ele busca formas diferentes de tratamento para conseguir controlar a doença e ter qualidade de vida. Aos 25 anos, soube da gravidade da sua situação e descobriu que o caso era cirúrgico. No entanto, seriam necessárias duas operações, pois os médicos não conseguiam diagnosticar em qual área do cérebro estava o foco da epilepsia. Foi então que uma médica sugeriu que ele tentasse a terapia de estimulação elétrica do nervo vago (VNS), que é um aparelho pequeno, como um marca-passo. Ele envia impulsos elétricos a um eletrodo que fica ligado ao nervo vago esquerdo situado no pescoço, que envia esses impulsos para o cérebro, ajudando a prevenir as alterações elétricas que causam as crises.

A alegria pela possibilidade de um tratamento se transformou em choque com o preço do procedimento, que custou R$ 190 mil. “Eu vi uma luz no fim do túnel, mas a co-participação do meu convênio é pagar 50% do valor de tudo que eu usar, então, no caso eu pagaria R$ 90 mil. Aí eu fiquei desesperado depois que eu assinei”, falei ‘como que eu vou fazer para pagar?’, questionou. Por ser tímido, usar pouco as redes sociais e não querer expor a doença para os outros, Thiago relutou bastante em fazer uma vaquinha para ajudar no pagamento. Foi pensando na filha, que estava prestes a nascer, que ele decidiu pedir ajuda. O assistente administrativo conseguiu arrecadar cerca de R$ 40 mil e o convênio restante, mas agora tem uma dívida com a empresa que trabalha porque o valor pago é descontado do salário. Agora, o paciente tem outro problema: ele precisa trocar a pilha do aparelho, que normalmente dura de 4 a 7 anos, mas, como o caso dele é grave, ele terá que trocar o VNS que foi implantado em 2020.


Fonte: Jovem Pan

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