Ansiedade, sociofobia e insônia. Muitos brasileiros têm tido dificuldades psicológicas de lidar com a pandemia de Covid-19 e há quem desconte isso em vícios, como fumar, por exemplo. Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que 33% dos fumantes brasileiros relatam ter aumentado o uso do cigarro no último ano. A assessora de investimentos Raquel Silva afirma que começou a fumar cigarros eletrônicos durante a crise sanitária, sendo que antes tinha aversão à cigarros. Ela admite que a prática não é saudável, mas considera que o momento e o home office favorecem o hábito. “Como você trabalha em casa, é muito mais fácil fumar porque não tem ninguém por perto, é um tipo de cigarro que não deixa cheiro. Então estou trabalhando, para eu pegar o cigarro eletrônico e fumar chega a virar um hábito ter alguma coisa na mão para fumar e dá uma sensação prazerosa, um alívio”, relata, pontuando que quase todas as pessoas do seu círculo de relacionamentos mudaram alguns hábitos em 2020. Dados do Ministério da Saúde apontam que os atendimentos por uso de drogas ilícitas aumentou mais de 50% de março a junho de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.
A psicóloga Ana Gabriela Andriani afirma que a história mostra que é comum o crescimento de patologias emocionais na população após grandes tragédias. E esse momento de desestabilização aumenta a chance das pessoas buscarem substâncias como válvulas de escape. “É importante que a pessoa se percebendo entrando em alguma condição ou em algum vício, que ela busque ajuda. Que tipo de ajuda? Ajuda de amigos, ajuda de familiares e, claro, ajuda de um profissional também, de um psicológico, de uma psicoterapia onde ela vai poder cuidar disso, ela vai poder entender o que está se passando com ela e cuidar desse vício que está se iniciando”, pontua, observando que a saúde mental deve se transformar em uma questão de saúde pública após a pandemia.
Fonte: Jovem Pan