Patrícia Vanzolini diz querer restaurar credibilidade da OAB e promete gestão ‘imparcial’

Patrícia Vanzolini, primeira mulher eleita presidente da OAB-SP

A primeira presidente mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo, foi eleita na última semana. Patrícia Vanzolini concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã nesta terça-feira, 30, e destacou pontos importantes que farão parte da sua gestão. Ela apontou a importância de resgatar a credibilidade da Ordem, mantendo-a imparcial e apartidárias para esclarecimentos do setor jurídico. “Acho que a ordem tem um papel muito importante para cumprir na pacificação da nossa sociedade”, afirmou. “Uma gestão restauradora é uma gestão que restaure, em primeiro lugar, a credibilidade da Ordem. E também a utilidade da ordem na vida da advocacia. O que a gente foi percebendo ao longo do tempo é que a Ordem foi perdendo a importância, tanto para os advogados quanto para a sociedade”, defendeu Vanzolini.

“Nós não vemos mais a Ordem sendo chamada para ser ouvida, para dar entrevistas. E quando ela se manifesta, no âmbito do nosso Conselho Federal, acaba tendo manifestações um pouco com um viés político-partidário, que eu acho que também não contribuem para credibilidade da Ordem. Então, eu acho que a Ordem precisa voltar a ser uma instituição importante, uma instituição isenta, uma instituição que colabore com o esclarecimento da sociedade a respeito dos temas jurídicos, que hoje são tão importantes. A ordem pode ser um veículo, um canal, até de consulta da imprensa, de esclarecimento da sociedade, sem julgamento, sem partidarismos. E eu acho que ela também precisa voltar a ter utilidade na vida dos advogados, que ficaram muito desassistidos, sobretudo agora na pandemia. E quando o advogado não pode trabalhar é o cidadão que perde. O advogado é essencial à justiça”, afirmou a presidente.

Sobre o fato de ser a primeira presidente mulher eleita da OAB, Patrícia Vanzolini destacou que é um feito simbólico e que as mulheres já provaram ser tão capazes quanto os homens, devendo, por isso, ocupar mais cargos de liderança. “É uma coisa muito simbólica. A Ordem vai fazer 90 anos no ano que vem e nunca teve uma presidente mulher. Isso rompe uma barreira, até porque nós sabemos que ainda existe aquele chamado ‘teto de vidro’. As mulheres estão na base de muitas carreiras, inclusive da advocacia, as mulheres hoje já são mais de metade dos inscritos na Ordem, mas elas têm dificuldades, por múltiplos fatores de ir para cargos de liderança, seja nas empresas, nos grandes escritórios ou nas instituições. O próprio Ministério Público, por exemplo. Eu acho que as mulheres já mostraram que são capazes, que tem capacidade de gestão, que tem inteligência, que tem empatia, ou seja, que tem qualidades para serem líderes. Não é uma questão de cotas apenas, de direito reparatório, histórico, não, as mulheres têm a mesma competência que os homens. Acho muito bem-vindo que a gente quebra essa barreira e, eventualmente, sirva como exemplo para o restante da sociedade para que as mulheres consigam chegar aos postos mais elevados das suas carreiras”, declarou a Patrícia Vanzolini.


Fonte: Jovem Pan

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