Os senadores da CPI da Covid-19 receberam, nesta sexta-feira, 23, uma cópia do depoimento sigiloso de Emanuela Medrades, diretora-técnica da Precisa Medicamentos à Polícia Federal (PF). A oitiva ocorreu no dia 12 de julho, no âmbito do inquérito que apura supostas irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Depois das denúncias apresentadas pelos irmãos Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, e Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, o ministro Marcelo Queiroga anunciou a suspensão do contrato. O processo de aquisição do imunizante é uma das principais linhas de investigação da comissão – a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) comandam um núcleo de trabalho criado para a apuração do caso.
A PF pediu à CPI da Covid-19 que o depoimento fique restrito aos senadores, “em virtude de conter informações recobertas por sigilo legal”. Emanuela Medrades foi ouvida pela comissão nos dias 13 e 14 de julho. A primeira sessão foi encerrada após a diretora da Precisa se recusar a responder a perguntas simples dos parlamentares e alegar exaustão depois de um longo intervalo, motivado pelos embargos de declaração apresentados pela comissão ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que havia concedido um habeas corpus que garantia à depoente o direito de ficar em silêncio em perguntas incriminatórias. A Precisa Medicamentos intermediou a compra da vacina Covaxin com o Ministério da Saúde. Porém, como a Jovem Pan mostrou, a Bharat Biotech, laboratório que fabrica o imunizante, anunciou, nesta sexta-feira, 23, o rompimento do contrato.
Fonte: Jovem Pan