PF investiga vacinação clandestina de empresários em Belo Horizonte

A Operação Camarote busca averiguar se houve a importação e administração irregular de vacinas contra o coronavírus

A Polícia Federal (PF) está nas ruas de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, em investigação contra a vacinação clandestina de empresários do setor de transportes. Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Viação Saritur. Entre os locais visitados pelos policiais está a garagem da empresa, onde teria ocorrido a imunização indevida. A Operação Camarote busca averiguar se houve a importação e administração irregular de vacinas contra o coronavírus. Em conjunto com o Ministério Público, a PF abriu o inquérito após vídeo mostrar pessoas sendo vacinadas à noite, no pátio da empresa. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um veículo, pega o imunizante e aplica em um homem, que está em pé, em frente ao automóvel. As imagens foram feitas por vizinhos, que fizeram uma denúncia anônima à Polícia depois de perceberem um aumento no fluxo de carros no local.

A revista Piauí revelou o caso esta semana, mostrando que cerca de 50 pessoas, entre empresários e políticos, teriam recebido o imunizante antecipadamente. Segundo a reportagem, entre eles estaria o estaria o ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade. A apuração aponta ainda que os envolvidos teriam desembolsado um valor de R$ 600 pelas duas doses da vacina da Pfizer, ainda não aplicada na rede pública do Brasil. A farmacêutica, no entanto, negou que tenha vendido as vacinas fora do Programa Nacional de Imunizações.

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, classificou o caso como inadmissível. “Não se pode descumprir essa lei, essa diretriz. No futuro, quem sabe se possa ter em farmácias e hospitais a possibilidade de aquisição de vacinas. Mas, nesse instante, enquanto os grupos prioritários não foram vacinados, não é ético e aceitável pensar que alguém possa se vacinar fora do Plano Nacional de Imunização”, disse. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais já apura casos semelhantes de fura filas. Foi aberta uma CPI que está investigando irregularidades na imunização de servidores da Secretaria de Estado de Saúde.


Fonte: Jovem Pan

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