O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta sexta-feira, 18, acha “interessante” que o semipresidencialismo seja discutido no Brasil, mas “não agora”. A declaração do senador vem um dia após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciar a criação de um grupo de trabalho para discutir o tema. O semipresidencialismo é uma forma de governo em que o presidente da República, eleito por voto popular, compartilha o poder com um primeiro-ministro, indicado pelo presidente e aprovado pelo Congresso Nacional. A criação do grupo já está sendo ventilada por Lira há tempos. Mais de uma vez, o deputado defendeu que o sistema traria “estabilidade” ao país. Para Pacheco, no entanto, o Congresso deveria esperar a política começar a sentir os efeitos do fim da coligação proporcional e da inserção da cláusula de desempenho, que define que cada partido precisa atingir uma porcentagem de votos para receber o fundo partidário e o tempo de propaganda na televisão. As medidas visam enxugar o número de partidos políticos no Brasil.
“Quando tivermos menos partidos políticos, com melhor representação, com mais organicidade e mais vínculo ideológico com aquilo que aquele partido se propõe a representar, nós vamos poder discutir outros temas, inclusive um, que já estou invocando desde já, para a reflexão de todos vocês, que é o fim da reeleição no nosso país, que é um instituto que não foi bem no Brasil e que nós temos que reconhecer que não foi bem”, declarou o presidente do Senado em evento da CIEE no Paraná. Em seguida, ele usou o mesmo argumento para a discussão do semipresidencialismo. “Poderemos avançar para aquilo que a Câmara tem debatido hoje. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tem suscitado muito isso e acho que em algum momento isso pode ser discutido, mas não agora, com a quantidade de partidos que nós temos”. “É uma ideia. São buscas de aprimoramento político no Brasil que eu considero interessante serem discutidas e serem definidas num futuro próximo”, finalizou Pacheco.