Quatro policiais detalharam momentos de terror à comissão da Câmara dos Deputados que investiga a invasão do Capitólio. Na primeira audiência, nesta terça-feira, 27, eles disseram que foram agredidos, ameaçados de morte e descreveram o cenário como um campo de batalha da idade média. Um deles descreveu as armas que viu com os invasores: pedaços de pau, porretes, mastros de bandeira, escudos tomados de policiais, canos de metal e até pedaços de móveis destruídos no ataque. Um policial narrou a aflição da família que via as cenas de violência ao vivo na TV e imaginou que ele poderia ter morrido no ataque brutal.
Muito emocionado, um dos guardas do Capitólio, Aquilino Gonell, classificou a experiência como devastadora e chegou a pensar: é assim que vou morrer. No dia 6 de janeiro, os congressistas fariam uma sessão protocolar para confirmar o resultado oficial da eleição. Encorajados por um discurso de Donald Trump, centenas de fanáticos se reuniram na frente do Capitólio, um dos símbolos da maior democracia do mundo. Depois de muita tensão, um grupo invadiu a sede do Congresso e enfrentou os policiais. A invasão foi comparada a um ato de terroristas contrários à democracia. Donald Trump sustentava e ainda denuncia, sem provas, que as eleições haviam sido fraudadas. A deputada republicana Liz Cheney, que votou pelo impeachment de Trump em janeiro, defendeu a convocação do ex-presidente para testemunhar na comissão.
*Com informações da repórter Letícia Santini