No início da manhã desta quarta-feira, 23, a Polônia anunciou a expulsão de 40 diplomatas russos do país, após serem apontados por suspeita de espionagem pelo serviço oficial de contraespionagem, a ABW. A Polônia é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aliada de primeira hora da Ucrânia. Dividindo fronteiras com os ucranianos, o país já recebeu a maior quantidade dos mais de 3 milhões de refugiados da guerra até o momento. Em seguida, ainda nesta quarta, Belarus, que é aliada da Rússia e também faz fronteira com a Ucrânia, reagiu à medida, anunciando a expulsão da maior parte dos diplomatas ucranianos do país.
“A agência de segurança interna redigiu uma lista de 45 pessoas que trabalham na Polônia sob pretexto de realizar atividades diplomáticas e que, de fato, exercem uma atividade de espionagem contra a Polônia”, declarou Stanislaw Zaryn, porta-voz do ABW. A informação da expulsão dos diplomatas russos por espionagem também foi publicada pela agência de notícias russa Interfax. Segundo ela, a notícia foi dada em um portal polonês, mas ainda não havia sido possível confirmar.
Já a Belarus, ao acusar Kiev de ações “hostis” e de “interferência” em seus assuntos, aliada da Rússia, expulsou a maioria dos diplomatas ucranianos de seu território. “Belarus decidiu reduzir o número de diplomatas ucranianos em seu território. Esta medida tem como objetivo encerrar as atividades não diplomáticas de uma série de membros do pessoal das instituições diplomáticas ucranianas”, anunciou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Anatoli Glaz. Vão poder ficar em Minsk, capital da Belarus, apenas o embaixador ucraniano e quatro diplomatas. Até então, mais de 20 diplomatas ucranianos trabalhavam na cidade. Governada com mão de ferro de Alexander Lukashenko desde 1994, Belarus é o principal aliado da Rússia e tem sido base para as tropas russas na ofensiva no norte da Ucrânia.