Por 7 votos a 4, a CPI da Covid-19 aprovou, na noite desta terça-feira, 26, o relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Além de Calheiros, votaram a favor do documento os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Eduardo Braga (MDB-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Humberto Costa (PT-PE). Os votos contrários foram dados por Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Luis Carlos Heinze (PP-RS). O texto propõe o indiciamento de 80 nomes: 78 pessoas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e seus três filhos, e duas empresas, a Precisa Medicamentos e a VTCLog.
Em um documento de mais de 1.200 páginas, votado e aprovado após 69 reuniões, a comissão imputa a Bolsonaro a prática de nove crimes: crime de epidemia com resultado de morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; charlatanismo; prevaricação; crime contra a humanidade; e crime de responsabilidade. Caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, analisar o teor do relatório, separar o que de sua atribuição, ou seja, casos que envolvem agentes públicos que possuem prerrogativa de foro, como é o caso do presidente da República, e encaminhar cópias as todas as demais unidades do Ministério Público no país.
“Fizemos apuração técnica e esse relatório não é fruto das minhas convicções pessoais. Fui, como prometi, o redator da vontade majoritária. vimos crimes aterradores, barbaridades desumanas, o escárnio com a vida e o desprezo com a dor. esse período será tristemente lembrado como de maior rebaixamento civilizatório do Brasil. Esse documento nos redime em parte, mas as atrocidades cometidas por esse governo não serão esquecidas”, disse o relator, Renan Calheiros. “O caos do governo Jair Bolsonaro entrará para a história como o mais baixo degrau da indigença civilizatório. Reúne o que há de mais rudimentar, infame da humanidade: sabotou a ciência, é desonesto, despreparado, autoritário, com índole golpista, belicoso, mentiroso e agiu como um missionário enlouquecido para matar o próprio povo”, acrescentou o emedebista.
Fonte: Jovem Pan