A torcida pela recuperação do ator Paulo Gustavo popularizou nos últimos dias a sigla médica ECMO, que representa a oxigenação por membrana extracorpórea. A tecnologia é exatamente o que o nome sugere: um equipamento fora do corpo que faz a função do pulmão, oxigenando o sangue. “Esse é um sistema que faz com que a gente consiga aspirar o sangue que está sem oxigênio, oxigenar esse sangue e devolver para que o paciente fora do corpo. Permitindo que o paciente passe a ter mais tempo para se recuperar da infecção pulmonar pela Covid-19 e não morra de insuficiência respiratória”, explica Diego Gaia, cirurgião cardiovascular e responsável pela equipe que monitora o uso da tecnologia no hospital particular Santa Catarina, na capital paulista. Ele comenta que o uso da ECMO, geralmente, não é o primeiro passo para tratamento de infecções pelo coronavírus. A recomendação é o procedimento seja iniciado após intubação e percepção de que o paciente não está respondendo às outras alternativas.
“É claro que como todo tratamento existem contra indicações. Doentes que têm muitas funções do corpo comprometidas que não vão se recuperar não adianta a gente tratar oi pulmão, porque os outros órgãos não vão funcionais mais adequadamente. Esses pacientes precisam receber anticoagulantes enquanto estão conectados à máquina de ECMO, então pacientes que têm sangramento ativo podem ser contraindicados para este tipo de tratamento”, relata. No Hospital Santa Catarina existem quatro aparelhos para a ECMO. Desde o inicio da pandemia, a tecnologia foi usada em 12 pessoas, sendo que em 80% dos casos os pacientes se recuperaram. O tratamento não é barato, só o aparelho tem um valor entre R$ 50 mil e R$60 mil reais. O custo para o paciente, segundo o hospital, depende da gravidade do caso. De acordo com informações divulgadas a veículos de imprensa, a terapia de Paulo Gustavo teria custo de R$ 30 mil por dia. No Estado de São Paulo não há nenhum hospital público que tenha o pulmão artificial. Segundo a Sociedade Internacional Extracorporeal Life Support Organization (Elso), existem apenas 21 centros registrados no Brasil.
Fonte: Jovem Pan