O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sancionou nesta segunda-feira, 12, o projeto de lei que prevê o fornecimento de absorventes para alunas das escolas municipais. O texto foi aprovado pela Câmara de Vereadores no dia 30 de junho. Além de absorventes, o texto prevê a distribuição de outros itens de higiene, como lenço umedecido, desodorante, sabonete, escova de dente, pasta e fio dental. Ricardo Nunes destacou que a medida pode ajudar a combater a evasão escolar. “É algo de suma importância, ainda mais agora no pós-pandemia. Temos um desafio enorme de trazer as crianças de volta para a escola. E essa lei visa, além de fazer o atendimento das meninas vulneráveis, que faltavam na escola por conta de não ter o absorvente, mas também está dentro do contexto de estarmos juntos para diminuir a evasão nas escolas.” A cerimônia contou com a participação do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.
No mês passado, o governo do Estado também lançou um projeto para distribuição de produtos de higiene menstrual para alunas de baixa renda. Ginecologista e obstetra do hospital Albert Einstein, Débora Recchi destaca a importância da medida, mas lembra que a pobreza menstrual vai além da higiene. “Isso é gravíssimo e acaba atrapalhando o desenvolvimento escolar, além dos fatores emocionais envolvidos. Vergonha para sair de casa, socializar. Isso tem um impacto muito importante não apenas no aprendizado, como no contato social e emocional na vida dessas meninas. Além dessa questão financeira, falta o conhecimentos de explicar para elas conhecerem como é o próprio corpo, que a menstruação não é uma coisa suja, que isso faz parte do ciclo de todas as mulheres, do desenvolvimento hormonal de todas nós.” A médica afirma, ainda, que além de dar condições para que as meninas consigam ir à escola no período menstrual, é importante ensiná-las a usar os absorventes para evitar infecções. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada quatro estudantes do Ensino Fundamental falta às aulas no período menstrual no Brasil por não ter condições financeiras de comprar absorventes.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini