O príncipe do Bahrein, o sheik Mohamed Hamad Mohamed al-Khalifa, desembarcou no Nepal nesta segunda-feira, 15, com duas mil doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvidas pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Ele viajou à capital Katmandu junto com uma equipe composta por 16 integrantes, incluindo três cidadãos britânicos, que o acompanhariam em uma escalada ao Monte Everest. Segundo o príncipe, as doses suficientes para vacinar mil pessoas seriam doadas ao vilarejo Samagaun, que recentemente batizou uma montanha da Cordilheira do Himalaia de “Bahrein Royal Peaks”, em homenagem à família real do Bahrein. Ainda assim, o sheik está sendo alvo de uma investigação pelas autoridades do Nepal, que afirmam que as vacinas foram importadas sem a permissão ou mesmo o conhecimento do Ministério da Saúde. Além disso, o Departamento de Administração de Drogas do Nepal avalia se os imunizante sequer poderão ser utilizados, já que a campanha nacional prioriza pessoas com mais de 65 anos de idade.
Ao jornal britânico The Guardian, o porta-voz da Embaixada do Bahrein na Inglaterra negou veementemente a acusação contra o sheik Mohamed Hamad Mohamed al-Khalifa, afirmando que ele e sua equipe tiveram aprovação total para entrar no Nepal com as vacinas. O representante acrescenta que a Embaixada do Nepal no Bahrein também confirmou que tudo não passou de um mal entendido e pediu desculpas tanto pela confusão quanto pelos “subsequentes relatos da mídia sobre o assunto”. Através de uma conta no Instagram intitulada “Bahrein Everest”, o príncipe e sua equipe de alpinistas haviam inclusive postado fotos ao lado das caixas contendo as doses da vacina contra a Covid-19, reiterando que elas seriam doadas ao vilarejo Samagaun. No entanto, a atitude gerou críticas do Instituto de Direitos e Democracia do Bahrein, que acusou a monarquia de usar o novo coronavírus como uma “oportunidade de relações públicas”. “Este ato equivocado de filantropia é indicativo de um regime que assume que sua riqueza lhe dá o direito de atropelar as leis de um estado soberano, potencialmente estragando vacinas vitais no processo”, defendeu.
Fonte: Jovem Pan