Procurador defende paralisação do futebol em São Paulo: ‘Não há saída’

Segundo o procurador, a expectativa é que a gestão estadual acolha a recomendação e adote novas proibições

Após recomendar a suspensão dos eventos esportivos, incluindo as partidas de Futebol, ao governo de São Paulo, o procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo se reúne nesta quarta-feira, 10, com a Federação Paulista de Futebol (FPF) para discutir a paralisação dos jogos no Estado. A recomendação, publicada em nota pelo Ministério Público (MP), também incluiu o fechamento de “cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo” durante o período da Fase Vermelha do Plano São Paulo. Para Sarrubbo, considerando os aumentos de internações, casos e óbitos pela Covid-19, medidas mais drásticas serão necessárias nos próximos dias. “Estamos vendo todos os dias que as pessoas estão começando a morrer por falta de atendimento hospitalar, então temos que fazer opções duras neste momento. Não há saída, não há leitos de UTI, não há sistema hospitalar que possa garantir a vida. Não gostaria de ver acontecer no Brasil aquilo que aconteceu na Europa, do paciente idoso chegar ao hospital e essa pessoa não pode ser atendida, ir para casa para morrer porque só estão atendendo pessoas com menos de 60 anos”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

A Federação Paulista já se posicionou contra a proposta, argumentando que “os jogos de futebol não são, sob nenhuma hipótese, locais que sugerem qualquer tipo de contaminação”. Em comunicado, a instituição cita exemplos de outros países, como Estados Unidos e a Alemanha, que não interromperam a competição durante os períodos de lockdown. Mario Sarrubbo lembrou que a proposta não é “para sempre” e busca frear as transmissões pela Covid-19. “É necessário estancarmos a crescente circulação do vírus e partir daí voltaríamos com responsabilidade, com comércio, futebol, cultos na igrejas. É bom pontuar que não é para sempre, é necessário nesse momento que as pessoas tenham empatia e se preocupem com os que estão morrendo”, afirmou, lembrando que a alta de mortes é uma realidade evidente no Estado de São Paulo. “Não podemos negar o que está na nossa cara”.

O anúncio de novas restrições pelo governador João Doria pode acontecer ainda nesta quarta-feira. Segundo o procurador, a expectativa é que a gestão estadual acolha a recomendação e adote novas proibições. “Infelizmente, estamos ultrapassando 90% a 95% da ocupação dos leitos no sistema de saúde. Já há notícias de pessoas morrendo nos corredores dos hospitais. É necessário restringir porque é o pior momento enfrentado pela pandemia no Brasil.” Segundo Mario Sarrubbo, o Ministério Público tem o “dever constitucional de lutar pela saúde das pessoas”, mas isso não significa que exista um desconhecimento dos os prejuízos econômicos acarretados pelo lockdown. No entanto, ele considera que o país precisa atuar contra a Covid-19 de forma unitária. 

 
Fonte: Jovem Pan

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