A Procuradoria da República do Pará (PR-PA) abriu nesta sexta, 1º, uma investigação preliminar sobre o evento realizado pelo Ministério da Educação (MEC) em Salinópolis, no interior do Estado, que teve distribuição de Bíblias. Os livros contavam com fotos do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que supostamente indicariam ao Ministério quais cidades deveriam receber mais recursos, a partir de negociações com prefeitos que poderiam envolver corrupção – os pastores teriam pedido, por exemplo, barras de ouro em troca da influência no MEC. A divisão de combate à corrupção da PR-PA pretende apurar se houve improbidade administrativa.
O prefeito de Salinópolis, Kaká Sena (PL), teria bancado a impressão das Bíblias a um custo de R$ 70 cada, e os livros também continham fotos de integrantes do poder executivo da cidade na capa e na contracapa. Os itens foram distribuídos como cortesia numa reunião de Ribeiro com prefeitos e secretários municipais do Pará. O crime de improbidade administrativa prevê perda de mandato e dos direitos políticos do agente público por até 14 anos, assim como o pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor utilizado no delito.