Um ano depois do primeiro caso de coronavírus confirmado no Brasil, a pandemia de Covid-19 chegou ao pior momento, com agravamento da crise sanitária pelo Carnaval. Se nas festas clandestinas sempre há espaço para mais foliões, nos hospitais não é bem assim. Ao menos 18 Estados brasileiros estão com mais de 80% das UTIs ocupadas, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). São Paulo é um deles. O Estado entra neste sábado, 06, na Fase Vermelha do Plano São Paulo, a mais rígida. A situação é preocupante em hospitais públicos e particulares, como mostra o médico Jaques Sztajnbok, do Hospital Emílio Ribas. “O sistema de saúde está sob intensa pressão, as equipes estão estressadas, com carga de trabalho absurda e com 100% de ocupação dos leitos neste momento, temos uma demanda que não podemos atender por leitos de internação.”
O clínico geral Roberto Debski está na linha de frente no combate à Covid-19 desde o início da pandemia. Ele conta que não esperava que a crise sanitária fosse durar tempo. “Tem sido bastante difícil, estressante. Temos que estar muito focados, procurando gerenciar o nosso próprio emocional, nosso próprio estresse para que a gente possa continuar ajudando as pessoas na linha de frente”, afirmou. Para o enfermeiro Milton Monteiro Junior, que trabalha no HSANP, a situação se agravou porque as pessoas relaxaram nas medidas de proteção. “As pessoas estão se acomodando, as pessoas estão achando que a vacina é segura para o resto da vida e que acaba não precisando utilizar máscara e as recomendações. Estamos voltando aos caos e aos nossos desesperos do início da pandemia”, disse. Por isso, a infectologista do Hospital Sírio Libanês Keilla Mara de Freitas faz um apelo à população. “Sigamos com aquilo que a gente já sabe que tem que ser feito, distanciamento social, o uso adequado de máscaras, uso de álcool gel, ficar em casa o máximo possível, evitar aglomerações. Contamos com vocês para ganhar essa luta.”
Fonte: Jovem Pan