Pautado em discussões na Câmara dos Deputados há mais de duas décadas, o projeto de lei que regulamenta a prática do homeschooling no Brasil deve ser votado na casa legislativa ainda no primeiro semestre de 2021. O PL nº 3.179 de 2012, que tem como autor o deputado Lincoln Portela (PR-MG) e como relatora a deputada Luísa Canziani (PTB-PR) traz trechos de uma série de outras propostas de deputados, como Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e Alan Rick (Republicanos-AC), e teve o seu substitutivo finalizado ainda no mês de maio após uma série de debates públicos. Em oito rodas de conversa diferentes organizadas pela relatoria, especialistas da área da educação e ministros do governo de Jair Bolsonaro falaram sobre os possíveis benefícios e malefícios, assim como os obstáculos para implementação da educação domiciliar no Brasil. Confira alguns dos principais pontos dispostos no documento:
Acompanhamento periódico e matrícula em escola comum
Para que faça o homeschooling, o aluno precisará ser matriculado em uma escola comum, que poderá ser pública ou particular e deverá ser de escolha do familiar. O desenvolvimento do estudante será acompanhado pela instituição de ensino, que deverá receber bimestralmente dos pais um relatório sobre o desenvolvimento da criança. É necessário que o aluno aprenda os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular do ano no qual ele está inserido, mas os pais terão permissão para incluir outros conteúdos curriculares considerados “pertinentes”. Os pais também deverão permitir que o Conselho Tutelar faça visitas periódicas para analisar o espaço físico no qual aquele estudante recebe as aulas.
Responsável precisará ter curso superior
Pelo menos um pai ou responsável precisa ter diploma de graduação em curso superior reconhecido pela legislação para que o ensino domiciliar seja aprovado. A relatora do projeto explica que a graduação é considerada necessária para comprovar que aquela pessoa tem os requisitos mínimos para ensinar. “Na medida em que a gente fala de educar uma criança, um jovem, é necessário que esse pai ou responsável tenha uma qualificação mínima para que possa transmitir esse conhecimento e consequentemente o aprendizado, até porque ele vai ter que se reportar ao poder público, fazer um plano pedagógico”, explica Canziani. Além do diploma, os responsáveis precisam apresentar certidões de antecedentes criminais na Justiça Federal e Estadual.
Fonte: Jovem Pan