Putin diz que deseja desnazificar Ucrânia, mas usa tropa com proximidade ao nazismo, diz Coronel Montenegro

Militares russos dirigem veículos blindados de infantaria no centro de Volnovakha, Ucrânia

Nesta terça-feira, 5, o programa Pânico recebeu o Coronel Fernando Montenegro. Em entrevista, ele opinou sobre os rumos da relação entre Rússia e ONU, após Volodymyr Zelesnky, presidente da Ucrânia, pedir punição e perda de poder de veto do país inimigo no Conselho de Segurança do órgão. “A gente está tratando de uma potência nuclear, até hoje nunca vi alguém pensar em colocar uma Força Armada, uma potência militar, no banco dos réus de algum tribunal penal internacional. Vai ficar em torno de narrativas e sanções, mas na prática não vai mudar muita coisa”, pontuou Montenegro. O militar ainda relembrou a antiga União Soviética e o período stalinista. Para ele, os anos foram marcados por um genocídio sem punição. “Todo mundo sabe o que o Stalin fez. Vários genocídios dentro da União Soviética e isso nunca deu em nada.”

Coronel Montenegro também criticou as falas de Vladimir Putin, onde o presidente justificou as ações bélicas com o objetivo de “desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia”. Segundo o paraquedista, o líder russo se contradiz ao se associar a organizações paramilitares, como o Grupo Wagner. “Esses eventos, temos que ter cautela na hora de comentar. A participação de grupos mercenários em conflitos aumenta muito o grau de violência. São locais onde estava operando o Wagner Group. O Dimitri Wagner, fundador, tem uma grande aproximação com o Putin. O nome Wagner é um codinome que ele usa, que é uma homenagem ao principal compositor do nazismo”, disse. ‘Ou seja, Putin disse que queria desnazificar, mas ele está usando uma tropa que tem uma forte proximidade com conteúdo nazista. São essas dicotomias que têm na guerra.

O militar também analisou a estratégia russa de tomada territorial da Ucrânia. Para ele, as tropas de Putin estão avançando taticamente essenciais para o desenvolvimento energético e industrial. “O objetivo russo é pegar aquela faixa de terra ligada à Crimeia, ocupar a represa ao norte, que os ucranianos estavam impedindo a Crimeia de receber água potável. A região que é o filé mignon do legado soviético para a Ucrânia. Acredito que o objetivo da Rússia seja capturar isso”, afirmou. “Mantendo o controle daquilo, praticamente o resto da Ucrânia passa a ser um país com muita pouca energia, o que inviabiliza o desenvolvimento da indústria. Com isso, a Rússia já ganhou a guerra. O problema vai ser a fase de estabilização dessa região, que é desgastante. Os ucranianos não vão entregar barato”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Coronel Fernando Montenegro:


Fonte: Jovem Pan

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