Putin fala em sistemas nucleares e diz que qualquer nação que ameaçar a Rússia se arrependerá

Vladimir Putin, presidente da Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, usou seu tradicional discurso anual nesta quarta-feira, 21, para fazer várias ameaças ao Ocidente enquanto milhares de pessoas protestavam para exigir a libertação do opositor Alexei Navalni. “A resposta da Rússia será ‘assimétrica, rápida e dura’ se o país for forçado a defender seus interesses”, disse Putin. Ele se referiu ao que chamou de tentativa do Ocidente de mudar o regime na vizinha Belarus como outra ameaça à segurança do país e prometeu que a Rússia “deseja ter boas relações com todos os participantes da sociedade internacional”, mas observou logo em seguida que os sistemas de armas nucleares modernizados do país estavam prontos. “Os organizadores de qualquer provocação que ameace os interesses fundamentais de nossa segurança se arrependerão de seus atos mais do que se arrependeram de qualquer coisa em muito tempo”, disse Putin a um auditório com governadores e membros do Parlamento. “Espero que ninguém tenha a ideia de cruzar a chamada linha vermelha com a Rússia – e seremos nós que decidiremos onde isso funciona em cada caso concreto”, pontuou. Apesar das grandes tensões com a Ucrânia, não chegou a anunciar novos movimentos militares ou de política externa.

O discurso de Putin foi amplamente esperado, com cerca de 100 mil soldados russos concentrados na fronteira com a Ucrânia e Kiev alertando abertamente sobre a possibilidade de guerra. Alguns analistas especularam que Putin poderia usar seu discurso anual sobre o estado da nação como pretexto para anunciar o envio de tropas à Ucrânia, mas não foi o que aconteceu, mesmo que a enorme presença militar da Rússia perto da fronteira da Ucrânia não tenha dado sinais de recuo. Putin também não fez referência ao líder da oposição preso, Alexei Navalni. Segundo a organização OVD-Info, mais de mil pessoas foram presas durante as manifestações em favor do opositor. De acordo com o órgão especializado em monitorar os protestos na Rússia, das 1.004 pessoas detidas, 351 estavam em São Petersburgo. Em Moscou, milhares se reuniram no centro para exigir a libertação de Navalni, que está em greve de fome desde o fim de março. “Navalni, liberdade!” ou “Putin, renuncie!” foram algumas das palavras de ordem que puderam ser ouvidas ou lidas nas faixas carregadas pelos manifestantes.


Fonte: Jovem Pan

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