‘Qual fila nós estamos furando?’, questiona relatora do projeto de compra de vacina por empresas

A deputada Celina Leão é a relatora do projeto que autoriza a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado

A deputada Celina Leão (PP-DF) defendeu nesta sexta-feira, 2, a iniciativa do Congresso que permite que os empresários possam comprar vacinas contra Covid-19 para funcionários e familiares dos empregados. A parlamentar, que é relatora do projeto, explicou, em entrevista ao Jornal da Manhã, que o texto original é do deputado Hildo Rocha (MDB-MA). “Nós fizemos ajustes importantes no texto. O texto inicial previa que o empresário, ao vacinar seus funcionários, poderia ter um desconto do imposto de renda. Nós retiremos isso, porque nós temos que ter um projeto que não tenha cunho comercial, mas, sim, um projeto humanitário”, disse a relatora. Segundo a parlamentar, duas possibilidades foram colocadas no texto. A primeira prevê que o empresário possa comprar os imunizantes imediatamente. Antes, a compra pelo setor privado era condicionada ao término da vacinação dos grupos prioritários. Com o projeto, os empresários poderão comprar doses para os seus funcionários imediatamente, desde que a mesma quantidade oferecida dentro das firmas seja doada à rede pública.

“Então, ele não pode apenas aplicar vacinas em seus trabalhadores. Se ele comprar 200 doses, ele terá que pegar 400 e doar metade para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica Celina. O segundo inciso do texto amplia o número de vacinados, já que o setor privado terá a possibilidade de comprar doses para os membros da família direta do funcionário. “Então, fora disso, não é permitida a comercialização, não é permitida a venda e não há a possibilidade dele imunizar os seus trabalhadores sem uma contrapartida para o Estado”, acrescenta. A parlamentar conta que tiveram muita dificuldade para colocar em votação o texto inicial. “Eu gostaria de ter apenas liberais no Congresso Nacional, somente pessoas que entendessem o momento que o empresário vive, mas é tão dramática aqui a crise, que esse projeto surgiu dos próprios empresários. O pedido dos empresários foi ‘nós queremos comprar vacina agora e nós estamos dispostos a dar a contrapartida, porque a economia do Brasil não aguenta mais'”, contou.


Fonte: Jovem Pan

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