O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga admitiu a possibilidade de uma terceira onda da pandemia de Covid-19 no Brasil. A declaração foi dada nesta quarta-feira, 26, durante participação do chefe da pasta em uma audiência pública entre a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e a Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara dos Deputados. “É uma preocupação. Nós assistimos agora uma redução daquela tendência de queda de óbitos e isso pode se dever a uma flexibilização das medidas de bloqueio. […] Quando se flexibiliza, pode haver uma tendência de aumento de casos. Se essa tendência de aumentos de casos é desmesurada, isso vai refletir em uma nova pressão sob o sistema de saúde que, posteriormente, se reflete em óbitos”, disse o ministro, que continuou, dizendo que um possível aumento também pode ser fruto de uma nova variante do coronavírus, sem mencionar, entretanto, a cepa indiana. Além disso, Queiroga disse que, caso a situação da pandemia piore, “autoridades de cada município” poderão adotar medidas restritivas. “Cabe ao Ministério da Saúde ficar vigilante para que nós possamos orientar os municípios e Estados”, concluiu.
Em outro momento, o ministro falou sobre a testagem contra a doença, afirmando que existe uma meta de testar até 20 milhões de brasileiros mensalmente. “O nosso objetivo é testar entre 10 a 20 milhões de brasileiros todos os meses e temos duas estratégias. A estratégia de testar os indivíduos sintomáticos na atenção primária à saúde, e a de testar os indivíduos assintomáticos em locais especificados”, disse Queiroga, que continuou: “Aqueles que são sintomáticos e o teste rápido der negativo, devem fazer o RT-PCR. Já aqueles que, mesmo assintomáticos, estejam com o teste positivo, ele já será isolado”. Queiroga também falou sobre a vacinação contra a doença, dizendo que a imunização pode por fim ao “caráter pandêmico” da Covid-19. “Diferentemente do ano de 2020, nós temos uma esperança, representada pelas vacinas. As vacinas, sim, tem o poder de por fim ao caráter pandêmico dessa doença. Já é um milagre da ciência dispormos de vacina em tão pouco tempo”, disse o ministro.