Relatório da Fiocruz projeta abril com ‘níveis críticos’ da Covid-19 no Brasil

Pesquisadores responsáveis pelo estudo defendem que devem ser adotadas e continuadas medidas urgentes para conter a transmissão

Um Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz diz que a pandemia pode continuar em “níveis críticos” em abril, o que deve prolongar a crise sanitária que o Brasil atravessa. O alerta leva em conta que a circulação do novo coronavírus (Sars-Cov-2) e suas variantes segue de forma intensa ao redor do país e que a sobrecarga no sistema de saúde, observado através da ocupação de leitos de UTI, não diminuiu. O relatório diz que, ao longo da Semana Epidemiológica 13, a transmissão da Covid-19 no Brasil registrou aceleração. “Devido ao acúmulo de casos, diversos deles graves, advindos da exposição ao vírus ainda no mês de março, o vírus permanece em circulação intensa em todo o país”, afirma o comunicado, que mostra um aumento da taxa de letalidade de 3,3 para 4,2%, sendo que o indicador estava em 2,0% no fim de 2020.

Levando em conta o cenário encontrado na análise, os pesquisadores responsáveis pelo estudo defendem que devem ser adotadas e continuadas medidas urgentes para conter a transmissão e aumento do número de casos, como a adoção de bloqueios sanitários ou lockdowns. Outras medidas defendidas no documento são: proibição de eventos presenciais, suspensão de atividades educacionais presenciais no país, toque de recolher nacional das 20h às 6h, fechamento de bares e restaurantes, adoção do trabalho remoto e ampliação da testagem e acompanhamento de casos. Os pesquisadores pediram ainda união entre os Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) e suas diferentes instâncias (municipal, estadual e federal) no combate à pandemia. “Coerência e convergência são fundamentais neste momento de crise para que as medidas de bloqueio sejam efetivamente adotadas de forma a sair do estado de colapso de saúde e progredir para uma etapa de medidas de mitigação da pandemia, diminuindo o número de mortes, casos e taxas de transmissão e efetivamente salvando vidas”, disseram.


Fonte: Jovem Pan

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