Os restos mortais de 215 crianças foram encontrados em um colégio para crianças indígenas do Canadá. A descoberta na antiga Escola Residencial Indígena Kamloops foi anunciada pela chefe da Primeira Nação Tk’emlups te Secwépemc, Rosanne Casimir, na quinta-feira, 27, após análise de um especialista em penetração no solo no local. Em comunicado, a líder da comunidade de Kamloops, localizada em British Columbia, confirmou o que chamou de “perda impensável” e “nunca documentada” pelas autoridades locais. “Essas crianças desaparecidas são mortes indocumentadas. Alguns tinham apenas três anos”, informou Rosanne Casimir, lamentando “com o maior profundo respeito e amor” pelas crianças e seus familiares. Segundo o documento, o colégio chegou a ter até 500 alunos matriculados. A escola residencial indígena de Kamloops foi considerado o maior internato administrado pelo governo do país e que manteve funcionamento até 1978, quando foi fechada. Estima-se que mais de 150 mil crianças tenham sido levadas para escolas residenciais do Canadá até a década de 1970, informou a Associated Press. O principal objetivo do espaço, aberto inicialmente pela igreja católica, era instituir a cultura canadense nos indígenas. Entre as práticas adotadas pelos locais estava a conversão ao cristianismo.
“Entendemos que esta perda confirmada afeta as comunidades das Primeiras Nações”, disse ainda Rosanne Casimir, afirmando que este é apenas o primeiro passo da investigação, que deve seguir com análise de outros espaços do terreno pertencente a escola residencial, o que pode trazer confirmações sobre outras vítimas. A declaração de Rosanne Camisir sobre os restos mortais dos alunos repercutiu entre lideranças canandenses. Em publicação nas redes sociais, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que a confirmação é uma “dolorosa lembrança de um capítulo sombrio e vergonhoso da história do nosso país” e ofereceu suporte para todas as famílias e ex-alunos de escolas residenciais. A proposta é que a investigação sobre os restos mortais encontrados seja finalizada no mês de junho. Até o momento, não há confirmação sobre a identificação das 215 crianças encontradas no local.
Fonte: Jovem Pan