Ricardo Nunes descarta ‘truculência’ contra blocos no Carnaval em SP

Prefeito ressaltou ações de fiscalização contra atos proibidos durante o Carnaval de rua

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, prometeu, ao lado do governador Rodrigo Garcia, que as polícias não vão agir de forma violenta contra blocos de Carnaval que decidirem sair às ruas durante o feriado. Ele ressaltou, no entanto, que os agentes vão fiscalizar e multar atos proibidos, como carros parados em locais não autorizados. O prefeito disse esperar que os organizadores tenham responsabilidade. “Agir com truculência jamais, isso está totalmente fora de qualquer possibilidade”, afirmou. As ações violentas são uma preocupação dos organizadores dos blocos, que vem pedindo que a Prefeitura não venha a criminalizar ou reprimir os foliões. Uma nova reunião deve acontecer nesta quarta-feira, 20, e os blocos querem pedir apoio da gestão municipal com organização de trânsito e limpeza urbana. Por sua vez, a prefeitura deve sugerir uma nova data para a festividade de rua.

As declarações de Ricardo Nunes aconteceram após uma cerimônia de entrega do diploma que reconhece o Carnaval de São Paulo como patrimônio imaterial do Estado. O documento foi recebido pelo presidente da Liga, Sidnei Carriuolo, das mãos do governador Rodrigo Garcia. “O que estamos fazendo hoje é reconhecer algo da nossa vida, algo que faz parte da nossa história e da nossa tradição”, afirmou o governador. O secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, reforçou a importância do reconhecimento. “Ao registrar o Carnaval e as práticas carnavalescas como parte do patrimônio imaterial de São Paulo faz com que possamos ter políticas públicas de apoio ao Carnaval, com respaldo da Constituição Brasileira. Tem a dimensão artísticas, econômica, no turismo. Tudo isso faz do Carnaval um dos principais ativos da economia criativa de São Paulo e do Brasil”, afirmou.

O processo para tornar o Carnaval um patrimônio imaterial do Estado teve início após um pedido da Liga Independente das Escolas de Samba pelo registro do desfile. No entanto, o conselho entendeu que era preciso ampliar para outras manifestações culturais que têm relação direta com o Carnaval. O presidente da Liga, Sidnei Carriuolo, agradeceu o reconhecimento. “Que a gente fique sempre motivado para que a gente possa sempre levar à diante essa cultura que muita gente às vezes chama de produto, o que não gosto. Não somos produto de turismo, somos usados como produto de turismo. Nós somos cultura e essa bandeira a gente jamais pode deixar de ostentar”, afirmou. O governo de São Paulo também anunciou no evento o programa Qualifica Sampa, com vaga para cursos de confecção, imagem pessoal e soldagem. Ao todo, 225 alunos de comunidades de vivem no entorno de escolas da Liga serão atendidos. As inscrições serão abertas em 2 de maio e os participantes que tiverem frequência de 75% ou mais vão receber uma bolsa-auxílio no valor de R$ 210.

*Com informações da repórter Nanny Cox


Fonte: Jovem Pan

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