O atacante Richarlison, do Everton e da seleção brasileira, escreveu uma carta no site “The Players Tribune”, na manhã desta quinta-feira, 4. Nela, o “Pombo” abandona qualquer aspecto do futebol e volta as suas palavras para incentivar a vacinação em massa contra a Covid-19. Embaixador do USP Vida, projeto da Universidade de São Paulo que arrecada fundos para o combate contra a doença, o jogador fez um apelo para que as pessoas se imunizem. “Uma pessoa que não se vacina pode afetar o grupo de jogadores e o clube no geral. E isso vale para qualquer área ou profissão”, diz o capixaba, que também lamentou o fato de muitas pessoas não terem sido imunizadas por informações falsas. “A maioria dessas pessoas tem sido influenciada por informações falsas e teorias da conspiração que geral compartilha nas redes sociais, sem imaginar o estrago que pode causar na saúde de toda a população. Como pessoa pública, me vejo na obrigação de dividir com vocês alguns dados de fontes realmente confiáveis, que podem te fazer rever seus conceitos sobre as vacinas”, comentou. “Aqui na Europa também tivemos pessoas que estavam com medo de se imunizar, mas a maioria delas logo percebeu que essa era a melhor saída. Os estudos mostram que, atualmente, a maioria dos pacientes que sofrem complicações ou acabam morrendo ainda não tinha se vacinado. É verdade que nenhuma vacina tem 100% de eficácia, mas seus efeitos no controle da pandemia são inquestionáveis. Os dados não mentem”, acrescentou o atleta.
Lembrando os impactos da pandemia no Brasil e em todo o mundo, Richarlison também falou sobre o seu posicionamento em assuntos que extrapolam as quatro linhas, que muitas vezes o faz perder seguidores nas redes sociais. De acordo com o jogador de 24 anos, isto não é um problema. “Se eu conseguir influenciar uma pessoa a se vacinar, já me sentirei vitorioso por tudo que tentei fazer nesse período. É uma vida que será salva dessa doença e várias outras ao redor que também se beneficiarão”, disse o atacante, antes de voltar a falar da eficácia da vacina. “Os números comprovam. No Brasil, as mortes pela doença caíram mais de 90% depois que a vacinação avançou. Há poucos dias, o país registrou a menor taxa de óbitos desde o início da pandemia.”
No longo texto, Richarlison ainda lembrar a morte de seu primeiro treinador pela Covid-19. Nascido em Nova Venécia, no Espírito Santo, o jogador perdeu um de seus técnicos por causa da doença. “Uma pessoa que não se vacina pode afetar o grupo de jogadores e o clube no geral. E isso vale para qualquer área ou profissão. Uma delas é a do Sebastião José da Silva, o Tião Borboleta, que foi meu primeiro treinador lá em Nova Venécia, quando eu ainda era só o “Lamparina”. O Borboleta me apelidou assim porque ele dizia que eu clareava a jogada para os meus companheiros. Ele foi o primeiro a notar um potencial em mim. E o Borboleta falava que eu tinha mentalidade de adulto, sempre me encorajava. Fiquei muito triste quando soube da sua morte. Ele já era um senhor… Não resistiu à doença”, recordou.
Fonte: Jovem Pan