Servidor confirma irregularidades na compra da Covaxin e contradiz versão apresentada pelo governo

Servidor lotado no departamento de importação do Ministério da Saúde, Willian Santana depôs nesta sexta-feira, 9, à CPI da Covid-19

Em seu depoimento à CPI da Covid-19, o consultor técnico Willian Amorim Santana, lotado no departamento de importação do Ministério da Saúde, detalhou as irregularidades apontadas no contrato firmado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro com a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. Em uma sessão que durou cerca de cinco horas, ele apresentou informações que contradizem a versão do Palácio do Planalto para o caso, que veio à tona com a denúncia feita pelos irmãos Luis Ricardo Miranda, chefe de importação da pasta, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que depuseram à comissão no dia 25 de junho.

Segundo relatou Willian Santana, no dia 16 de março, a divisão de importação recebeu um primeiro e-mail da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin, na qual a empresa solicita providências para a abertura da licença de importação (LI) e encaminha uma cópia do contrato celebrado com a União – a assinatura ocorreu no dia 25 de fevereiro. Dois dias depois, o Ministério da Saúde recebe um segundo e-mail da Precisa. Neste, há uma série de documentos, entre eles, a primeira invoice (nota fiscal). No dia 22 de março, a fiscal do contrato, Regina Célia, foi avisada por Santana das divergências entre o que previam o contrato e a nota fiscal. Entre as irregularidades estavam a previsão de pagamento antecipado de US$ 45 milhões para a Madison Biotech, empresa que não constava no contrato, um quantitativo menor de doses que seriam enviadas ao Brasil, e a ausência de informações sobre o lote que chegaria ao país.


Fonte: Jovem Pan

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