SP não deve diminuir intervalo entre as doses enquanto todos os adultos não forem vacinados, diz Gorinchteyn

Jean Gorinchteyn disse que não devem mais acontecer atrasos no calendário de vacinação no Estado por falta de vacinas

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou neste domingo, 11, que a gestão estadual não pretende diminuir o intervalo de tempo entre a primeira e a segunda dose das vacinas contra a Covid-19 da AstraZeneca e da Pfizer. A motivação para a mudança no intervalo entre as aplicações estaria na meta de vacinar toda a população adulta o mais rápido possível, mas o secretário disse que a alteração poderia diminuir a efetividade dos imunizantes. “A gente sabe que algumas vacinas como a AstraZeneca e a Pfizer requerem 12 semanas de intervalo. O prazo foi escolhido pelo fato de que um intervalo maior entre uma dose e outra dá a possibilidade de uma melhor condição imunológica. Ou seja, a vacina protege e produz mais anticorpos quando eu afasto o período entre as doses, as pessoas têm uma melhor performance de resposta de proteção. Dessa maneira, o que nós temos condição de fazer agora? Continuar vacinando com esse intervalo atual [12 semanas]. Depois de nós vacinarmos a nossa população alvo, ai, sim, podemos voltar para um intervalo eventualmente mais curto”, explicou Gorinchteyn em entrevista ao Jornal da Manhã.

“Nós queremos salvar mais vidas e salvar também a economia. A única forma de fazer essa retomada de forma segura é com a vacinação. A gente já viu o quanto a vacinação impactou na redução de mortes, das internações e a retomada segura vai existir a medida que nós estejamos avançando no nosso processo de vacinação”, acrescentou o secretário. Segundo ele, o calendário de vacinação deve seguir sendo cumprido sem maiores problemas. “Nós não temos o problema no planejamento e, atualmente, não temos mais o problema na disponibilidade de vacinas. Nós tivemos isso. Tivemos problemas com relação à entrega de insumos por questões diplomáticas, que acabaram trazendo embaraços tanto para a AstraZeneca quanto para a CoronaVac, e, ao mesmo tempo, nós não tínhamos o número de doses da vacinas que nós temos hoje da Janssen e da Pfizer. E, felizmente, nós já estamos com essas doses disponíveis”, apontou Gorinchteyn.

“Entregamos no mês passado quase 10 milhões de doses da CoronaVac para o PNI (Plano Nacional de Imunização). Estaremos distribuindo no dia 15 mais 10 milhões de doses. Receberemos mais 24 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) que antecipará o fornecimento de doses da vacina para o Ministério da Saúde. Anteciparemos em 30 dias essa disponibilidade de doses de vacina. E dessa forma, conseguiremos evoluir de uma forma muito mais rápida”, assegurou. A grande carta na manga do governo do Estado de São Paulo para o avanço da vacinação é a introdução da ButanVac ao cardápio de vacinas autorizadas pela Anvisa. “A segunda fase do estudo, que é a fase B, vai acontecer nas próximas semanas com quase 5 mil voluntários, fazendo com que esse processo de análise do estudo demore, ao menos, 17 semanas. Em paralelo, por orientação do governador João Doria, já existe a produção dos insumos farmacológicos ativos pelo próprio Butantan. Hoje são aproximadamente 10 milhões de doses disponíveis após a imediata aprovação da Anvisa. Lembrando que, até o final de setembro, nós teremos 40 milhões de doses da ButanVac produzidas pelo Butantan. Com a liberação pela Anvisa, essas vacinas rapidamente estarão disponibilizadas para a população a partir de novembro”, afirmou.


Fonte: Jovem Pan

Comentários