Entidades da educação pressionam o governo federal a vacinar professores contra o coronavírus. A imunização dos docentes começou de forma isolada em estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. O setor avalia que a aplicação das doses é indispensável para a retomada efetiva das aulas. O coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Gilson Reis, cobrou o governo. “A questão da vacina é um princípio elementar para que nós tenhamos condições de voltar de forma pouco mais tranquila. Não diria que é tranquila porque temos uma situação vivida nos últimos dias. Nós vamos transportar as escolas em grandes cemitérios, não podemos permitir que as escolas sejam locais da mortalidade.”
Em audiência na Câmara nesta sexta-feira, 30, o educador Gilson Reis lamentou a falta de doses no Brasil para imunizar todos os grupos prioritários. O prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira, avaliou que só com a vacinação será possível retomar as aulas presenciais e cita estudo britânico. “Esse estudo específico do sistema público de saúde do Reino Unido mostra que as escolas são vetores e é importante que a gente compreenda que a escola, além desse papel físico que tem de congregar, de juntar uma comunidade complexa como professores, diretores, alunos, pais, ela tem uma função eminentemente de educar no sentido mais holístico da palavra”, afirmou, lembrando que, mesmo com a vacinação, o retorno às escolas ainda não será 100% presencial.
A coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato, concorda com o plano, mas lamenta a escassez de doses. “Com quantitativos suficientes, nós conseguiríamos estar vacinando todas essas pessoas ao mesmo tempo, precisamos fazer as definições das prioridades em virtude desse cenário de escassez e essas dificuldades. O PNI desde o início da pandemia vem solicitando a aquisição de quantitativos, informando, orientando a necessidade de quantitativos suficientes para vacinar toda a população brasileira.” Francieli Fantinato admite dificuldades com a segunda dose da CoronaVac, mas reitera que todos os grupos prioritários serão vacinados até setembro, no máximo.
Fonte: Jovem Pan