O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou as redes sociais nesta terça-feira, 2, para justificar a compra de uma mansão no valor de R$ 5,97 milhões em um bairro nobre de Brasília. Ainda no início da semana, a propriedade tornou-se alvo de polêmicas entre apoiadores e opositores do governo. No vídeo divulgado, o senador afirma que deu entrada no imóvel com a renda arrecadada através da venda de outras propriedades que possuía, sendo elas um imóvel residencial e uma franquia de lojas de chocolates da Kopenhagen, ambas localizadas no Rio de Janeiro. “Não vou deixar de fazer nada na minha vida por medo de como a imprensa vai explorar ou distorcer isso. Estou sendo bastante objetivo: vendi um imóvel que eu tinha no Rio de Janeiro e uma franquia que possuía, também no Rio, e dei entrada na casa aqui em Brasília. A maior parte do valor desta casa está sendo financiada no banco, que aprovou uma taxa conforme meu rendimento familiar, como qualquer pessoa no Brasil pode fazer”, disse.
Com uma área total de 2.500 m², o imóvel comprado por Flávio Bolsonaro fica no Setor de Mansões Dom Bosco, uma das regiões mais valorizadas da capital. Dos R$ 5,97 milhões equivalentes ao valor total da mansão, R$ 3,1 milhões foram financiados pelo Banco de Brasília (BRB) em 360 parcelas, que serão pagas a uma taxa de juros efetivos de 4,85% e taxa de juros efetivos reduzida de 3,71% ao ano. O preço do imóvel configura cerca de quatro vezes o patrimônio declarado por Flávio durante a disputa eleitoral de 2018, quando se elegeu senador. Na ocasião, ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o patrimônio de R$ 1,74 milhão, incluindo dois imóveis e a franquia da loja de chocolates. Além disso, atualmente recebe o salário de R$ 33.763.
“Lamento a exploração em cima de um fato simples, tudo o que estou dizendo está registrado em uma escritura pública, acessível à imprensa e qualquer brasileiro. Agora, estão dizendo que não conseguiram identificar a compra e venda do meu imóvel no Rio de Janeiro. Esclareço que ela ocorreu através de um instrumento particular de compra e venda. Daqui a pouco também terá uma escritura pública relativa à negociação, mas ainda estamos na fase de elaboração das certidões. Nada além disso. Lamento que a imprensa tenha exposto o endereço onde eu moro, tenha exposto a minha família. Já oficiei o GSI, o órgão responsável pela segurança da família do presidente, para que a segurança da minha residência seja intensificada. É apenas isso, nada além disso. Está tudo redondinho, dentro da lei e sem problema nenhum”, concluiu o senador.
Atualmente, o filho do presidente é investigado por supostamente realizar lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis. Ainda de acordo com a investigação, o dinheiro lavado seria proveniente de um esquema de desvios de recursos dos salários de seus antigos assessores, quando trabalhava como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Na última semana, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou um recurso da defesa do senador, anulando as quebras do sigilo bancário e fiscal relativos à investigação das “rachadinhas“. Desta forma, provas contrárias a Flávio, apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) no fim de 2020, devem ser descartadas. Segundo a denúncia do MP-RJ, R$ 6,1 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos através de 12 funcionários fantasmas registrados no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Procurada pela Jovem Pan, a assessoria do senador afirmou que Flávio apenas se manifestaria através do vídeo publicado em suas redes sociais.
Fonte: Jovem Pan