Ucrânia chama atenção para falta de energia em Chernobyl; agência nuclear diz que não há risco

Usina nuclear está sob vigilância da Rússia desde o dia 25 de fevereiro

A operadora ucraniana Ukrenegro informou nesta quarta-feira, 9, que o fornecimento de energia da usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança foi cortado devido às ações militares dos ocupantes russos. Segundo a operadora, não há possibilidade de restabelecer as linhas devido à ofensiva que acontece na região e pelo fato dos russos estarem impedindo que os guardas façam seu trabalho. A usina nuclear está há 13 dias sob vigilância da Rússia. Situada em uma zona de exclusão, a central de Chernobyl inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, informou por meio do Twitter que os “geradores a diesel de reserva têm capacidade de 48 horas para alimentar a central nuclear”. Segundo ele, depois disso os sistemas de resfriamento da instalação de armazenamento de combustível nuclear usado serão interrompidos, tornando iminentes os vazamentos de radiação. “A guerra bárbara de Putin coloca toda a Europa em perigo. Ele deve pará-lo imediatamente!”, tuitou.

 

Em resposta ao alerta dado pela operadora Ukrenegro e pelas autoridades ucranianas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), publicou um comunicado e disse que o ocorrido “não tem grande impacto sobre a segurança”. De acordo com a AIEA, levando-se em conta o tempo transcorrido desde esse acidente, “a carga térmica da piscina do depósito de combustível usado e o volume de água de resfriamento são suficientes para garantir uma evacuação eficaz do calor sem eletricidade”. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, já tinha dito que estava “muito preocupado com a situação difícil e estressante do pessoal da planta nuclear de Chernobyl e com o potencial risco para a segurança nuclear”. A AIEA até chegou a pedir à Rússia que permita a troca de pessoal, porque o descanso e os horários regulares de trabalho são cruciais para a segurança do local.


Fonte: Jovem Pan

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