Uma moto é roubada ou furtada a cada 16 minutos em São Paulo

Bandidos têm procurado, cada vez mais, motos com alta cilindragem

A cada 16 minutos, uma moto é roubada ou furtada na cidade de São Paulo. Dados do boletim econômico da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado revelam que o número de furtos na capital paulista cresceu 29,91% até março deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Uma realidade que é sentida na pele os próprios motoristas. De acordo com o relatório, foram registradas 33.394 ocorrências que envolveram motocicletas no ano passado. Isso representa uma média de quatro crimes por hora. Para o delegado de polícia Mário Palumbo, a responsabilidade de números tão altos é do próprio poder público. “É a falência da segurança pública no Estado de São Paulo. O estado mais rico da federação lamentavelmente não investe em segurança pública. E, principal, não investe no ser humano. Faltam 15 mil policiais civis. Faltam policiais militares e o crime sabe disso”, afirma.

O documento da Fecap apresenta ainda a informação de que os bandidos têm procurado, cada vez mais, motos com alta cilindragem. O bairro que lidera o ranking dessas práticas criminosas é o Tatuapé, na zona leste da capital. A quantidade de motos que circula pela região todos os dias é imensa, mas quem passa por lá anda com medo dos ataques. “Muito assalto batendo por aqui. Difícil. É complicado. Isso aqui é uma situação que a gente corre risco todo dia”, comentou um motociclista. O delegado Palumba explicou que boa parte dos bandidos acabam vendendo as peças das motos para lojas clandestinas de acessórios. “Os receptadores são os grandes fomentadores dos crimes de roubo e furto. Eles roubam essas motos pra desmanchar. E vai parar lá as peças. Mas não. Está lá há anos, há décadas, e ninguém faz nada. E o Detran fiscaliza muito mal aquela área central, que é uma verdadeira vergonha”, diz.

Quem já foi vítima dos ladrões, como Alan, que trabalha como motoboy, sabe que não dá para dar mole. Os bandidos deixaram prejuízo de R$ 4 mil para ele. “Eu estacionei a moto, eu fui retirar uma mercadoria, quando eu voltei estava sem as peças da moto já. Sorte que eu tenho seguro, mas ele não cobre peças. Só tive o prejuízo mesmo com isso. Além do seguro, eu coloquei um alarme, mas nem isso intimida”, relata o motoqueiro.

*Com informações do repórter Vinicius Rangel


Fonte: Jovem Pan

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