Mesmo durante a pandemia, a mortalidade de jovens negros por forças policiais aumentou. O dado, apresentados em abril deste ano pelo Monitor da Violência, foi ressaltado pelo reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente. Neste sábado, 31, a instituição instalou o Centro de Estudos e Pesquisas em Igualdade, Segurança e Justiça Racial, que tem como objetivo orientar debates sobre políticas antirracistas. O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, recebeu a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro, em reconhecimento a luta contra o racismo e em favor da igualdade e justiça racial no país. Fonseca declarou apoio ao Centro criado pela Universidade. “Dou a minha solidariedade àquilo que o magnífico reitor tem feito no contexto brasileiro para que haja uma sociedade mais equilibrada, mais justa, mais igual e mais democrática”, disse.
A lista de integrantes do Centro de Estudos e Pesquisas em Igualdade, Segurança e Justiça Racial inclui ex-ministros como Aldo Rabelo, Raul Jungman, e personalidades como o cantor Martinho da Vila, a atriz Zezé Mota, os escritores Paulo Lins e Tom Farias. O reitor José Vicente destacou a importância de estudos sobre o tema no país. “Nos auxiliará e nos encaminhará para produzir algumas respostas importantes que esses sistemas estão a exigir de todos nós. Nós conseguimos o absurdo de mesmo diante do distanciamento, mesmo diante do isolamento social, aumentar a nossa taxa de letalidade das forças policiais. E, por incrível que pareça, nós chegamos a 78% de vítimas jovens e negros. Então um país que tem uma condução dessa natureza, que permite isso, é um país que está fora do seu rumo, fora do seu curso e nós precisamos todos trabalhar para que rapidamente a gente coloque esse país nos trilhos”, afirmou. O governo brasileiro considera Cabo Verde como um dos maiores parceiros em projetos de cooperação, especialmente no setor de educação. As duas nações mantém um programa de incentivo para que nascidos em Cabo Verde venham para o país fazer cursos de graduação e pós-graduação. Pelo menos 2 mil cabo-verdianos estudam em solo brasileiro.
*Com informações da repórter Nanny Cox
Fonte: Jovem Pan