Uruguai confirma caso de ‘fungo preto’ que afeta milhares de pacientes com Covid-19 na Índia

Médica examina paciente com murcomicose, popularmente conhecida como 'fungo preto' na cidade indiana de Mumbai

O Uruguai confirmou nesta quarta-feira, 26, que um homem diabético de 50 anos teve que ser internado devido à uma infecção por “fungo preto” dez dias depois de se recuperar de uma contaminação pelo novo coronavírus. “O importante não é a identificação de um caso, mas o aviso de que o desgaste imunológico causado pela Covid-19 pode deixar um terreno fértil para novas infecções”, explicou o médico infectologista que atende o paciente, Henry Albornoz, ao jornal local El País. O chamado “fungo preto” vem chamando atenção na Índia, onde foram relatados mais de 8.800 casos só na última semana, geralmente em pacientes em recuperação ou recuperados da Covid-19. A infecção é causada pela exposição a um fungo encontrado no solo que afeta os seios da face, os pulmões e até o cérebro das pessoas contaminadas. Os principais sintomas são congestão nasal e sangramento, mas em alguns casos há inchaço nos olhos, visão turva e até a perda de um dos globos oculares. Muitas vezes, a remoção de um olho é necessária para evitar que o fungo chegue ao cérebro. A taxa de mortalidade é de 50%, sendo que o risco é maior em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

Segundo a emissora de televisão britânica BBC, a principal suspeita dos médicos especialistas é que o surto esteja relacionado aos esteroides presentes nos fármacos utilizados para tratar o novo coronavírus. Apesar de ajudarem a reduzir a inflamação nos pulmões, eles também reduzem a imunidade, o que pode desencadear casos de mucormicose. Outro agravante é que o “fungo preto” se espalha pelo ar, apesar de só afetar aqueles que já estão com seus sistemas de defesa enfraquecidos. Por enquanto, existe um único medicamento antifúngico eficaz contra a doença, que deve ser aplicado através de injeção intravenosa diariamente por até oito semanas. O Ministério da Saúde da Índia pediu à população que mantenha a higiene pessoal e mantenha doenças como o diabetes sob controle, além de usar sapatos, blusas e calças compridas e luvas ao manusearem o solo.


Fonte: Jovem Pan

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