Daniela Diniz é mãe do Ricardo, de 12 anos, e do Rafael, de 8. Os meninos passam, em média, 5 horas ou mais no celular jogando games e interagindo com os amigos. A mãe relata que, na pandemia, o ritmo aumentou. “A gente meio que liberou, né? A gente ficava com dó. Imagina, o que eles vão fazer? Não pode sair de casa, não pode ir na calçada, na época.” Mas, o aparelho que ajuda a entreter a garotada, não é inofensivo como parece. Daniela relata que notou mudanças no comportamento do filho mais novo. “A gente sentiu ele bem mais ansioso. Ansioso a ponto de descontar na alimentação. É aquele vício, aquela fissura de comer e querer jogar, de terminar a aula e querer jogar, porque joga com os amigos e fica conversando no WhatsApp.”
Em meio ao isolamento social, gerado pela pandemia de Covid-19, o uso da internet aumentou. Se por um lado a tecnologia pode ser vista como ferramenta de aprendizado e interação social entre crianças e adolescentes, por outro o uso excessivo pode contribuir para um estilo de vida sedentário e o aumento dos índices de obesidades e problemas de coluna. Segundo o pediatra Fausto Flor, além dos prejuízos físicos, a saúde mental dos jovens também tem sido impactada. “Você posta um vídeo e fica aguardando quem vai comentar, quem vai interagir. Então essas coisas acabam gerando uma certa ansiedade e a gente tem visto um aumento de número de casos de ansiedade em crianças e, principalmente, da questão da aceitação e do bullying escolar, o que também é um problema.”
Fonte: Jovem Pan