Protagonistas na imunização dos brasileiros contra a Covid-19, as vacinas de Oxford e do Instituto Butantan são aplicadas em duas doses dentro do atual Plano Nacional de Imunização. De acordo com a bula, o imunizante de tecnologia inglesa precisa do reforço dentro de um prazo de oito a doze semanas, e o de tecnologia chinesa deve ter a última dose aplicada em um prazo de 14 a 28 dias. O intervalo correto da imunização é essencial para que as vacinas sejam consideradas efetivas, e quem tomou apenas a primeira dose não está imunizado. “A primeira dose vai estimulando o sistema imunológico, mas a gente não tem como quantificar o quanto essa pessoa adquire de proteção parcial, isso não é uma coisa conhecida. Você considera que ela tem o benefício da proteção só depois da segunda dose”, explica a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Dra. Mônica Levi. Ela lembra que o conceito de “meia proteção” não existe, e que a imunização prevista nos estudos é considerada apenas duas semanas após a aplicação da última dose do imunizante, seja de qual laboratório for.
Quando a segunda dose não deve ser aplicada?
Há dois casos específicos no qual a segunda dose da vacina não deve ser aplicada dentro do intervalo regular: se o paciente tiver alguma reação alérgica extrema ao imunizante — o que é raro — ou se ele contrair a doença antes de receber o reforço da vacina. Segundo a especialista, no caso das alergias extremas, o paciente não deve receber a segunda dose em nenhum momento e deverá redobrar os cuidados quanto à Covid-19, já que não terá a proteção adequada contra a doença. Ela lembra que não há registros de reações do tipo no país até agora. As pessoas que forem contaminadas pelo novo coronavírus entre a primeira e a segunda aplicação devem esperar 30 dias após a manifestação da doença para poder fazer o reforço da dose.
Fonte: Jovem Pan