Vacinação contra Covid-19 anima atletas e diminui tensão na expectativa por Tóquio

A menos de 70 dias para os jogos, a população japonesa tem se posicionado cada vez mais contra a realização do evento

A nadadora Bia Dizotti se diz privilegiada. Aos 21 anos, a jovem está entre os cerca de 1,8 mil atletas que vão receber a vacina contra Covid-19 antes de embarcar para a Olimpíada de Tóquio. Após um ano atípica, Bia não esconde o alívio de seguir para a disputa com uma preocupação a menos. “Eu me sinto privilegiada, né? E eu acho que, assim, a vacina é importante para todo mundo. Não só para os atletas, a gente está vacinando agora por um pedido do Ministério da Defesa, pelo próprio COB. Mas eu estou muito feliz.” A Milena Titonezi vai representar o Brasil no taekwondo.

Foram meses de preparação isolada — primeiro no interior paulista e depois na Sérvia, onde ela recebeu a primeira dose. Milena diz que o momento é de expectativa. “Ainda vou tomar a segunda dose em julho. Foi muito legal, eu tive a oportunidade de vacinar lá porque já não sabia como seria a vacinação aqui no Brasil, se eu teria oportunidade. Mas, graças a Deus, estou vacinada. E os atletas estão sendo vacinados também no Brasil, isso traz uma paz e um alívio.” Tanto a Bia quando a Milena sabem que, mesmo com a imunização, o momento é de cautela. Apesar da vacinação, ainda existe muita incerteza com relação à segurança da disputa em meio a pandemia da Covid-19. Na semana passada, o sindicato dos médicos do Japão divulgou um alerta ao governo local dizendo que, por enquanto, ainda não existe uma condição segura para realizar os jogos.

A infectologista Patrícia Müller ressalta a importância da vacinação rápida dos competidores para garantir a imunidade. “Eles devem ser vacinados em tempo hábil para ter uma proteção. Ou seja, a maior parte das vacinas contemplam duas doses. Após a segunda dose, geralmente após 14 dias, é que a gente tem uma boa imunização. E é importante lembrar que ser vacinado não é passaporte para que a gente não tenha a doença.” Doadas pelo comitê olímpico, as vacinas aplicadas nos atletas não fazem parte do plano nacional de imunização. Apesar das várias medidas de preparação, a menos de 70 dias para os jogos, a população japonesa tem se posicionado cada vez mais contra a realização dos jogos diante de um cenário incerto em relação à pandemia.


Fonte: Jovem Pan

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