Uma adolescente de 17 anos relatou nas redes sociais um caso de assédio sexual que teria sido cometido pelo próprio patrão, um vereador da cidade e Cerquilho, no interior de São Paulo, no começo de abril. A garota, que trabalhava na farmácia de propriedade de Fulvio Cuba do Amaral (PSDB), conhecido como “Fulvio da Farmácia”, publicou fotos de conversas entre os dois no WhatsApp para contextualizar a história. “Sofri assédio no trabalho. Onde meu patrão que tem idade pra ser meu pai me agarrou e tentou me beijar a força, assim me oferecendo uma quantia em dinheiro para dormir com ele”, escreveu no Facebook. Nas imagens, o vereador pede desculpas pelo ocorrido e diz ter sido “uma brincadeira”. “Me perdoa. Tem alguma coisa que eu possa fazer? Sou assim…mas é só brincadeira”, diz o político na mensagem. Após o episódio de assédio, a jovem pediu demissão do trabalho e registrou um boletim de ocorrência contra o vereador. As mensagens trocadas entre os dois e divulgadas nas redes sociais da jovem, assim como áudios que teriam sido enviados pelo suspeito, foram anexados como prova ao processo. “A defesa está firme porque a gente tem prova segura e suficiente para que ela seja condenado pelos atos dele”, afirmou o advogado de defesa da adolescente, Tiago Belluci.
Segundo Belluci, as “cantadas” por parte do vereador eram sofridas pela cliente antes da agressão sexual e escalaram até o assédio explícito no começo de abril. “Ele inicialmente ofereceu para ela R$ 500 para que ela saísse com ele e dormisse com ele cinco noites. Ela não aceitou, ficou envergonhada. No mesmo dia mais tarde ela foi para a cozinha, ele veio por trás e abraçou-a forte e começou a se esfregar e tentar beijá-la, ela pedia para que ele saísse ele não saía, manteve-se firme segurando ela”, afirma o advogado em entrevista à Jovem Pan. Agora, abalada pela repercussão do caso, ela faz um acompanhamento psicológico particular semanalmente. “Ela se sentiu muito mal quando ele, ao invés de tentar conversar com a família, emitiu uma nota dizendo que não tinha ocorrido nada e colocando ela como se fosse culpada”, afirmou o advogado.
A Jovem Pan entrou em contato com o gabinete do vereador por e-mail, mas não obteve resposta até o momento. Nas redes sociais, a última publicação do político trazia uma nota de posicionamento sobre o caso no começo de abril. Nela, ele afirma que recebeu a acusação de forma injusta, diz que sempre tentou gerir o negócio com respeito familiar, que nunca foi acusado de cometer crimes, ter condutas moralmente erradas ou de desrespeitar funcionárias e clientes. “A janela da vida pública me expôs ao dissabor dessas injustiças, contudo minha assessoria jurídica já foi acionada, lavrei boletim de ocorrência dessas ameaças sofridas, calúnias e difamações, inclusive das agressões físicas. Enfim, a polícia e a justiça se encarregarão do destino desse caso injusto, contudo, venho a público pedir que não acreditem nessas falácias, prezo pelo respeito, pela família, pela sociedade, pela minha cidade”, pontuava. Ainda nesta sexta-feira, 30, o vereador fechou a conta na rede social.
Fonte: Jovem Pan