Voto impresso é ‘retrocesso’ e pode levar à judicialização das eleições, diz Barroso

Barroso ainda afirmou que, para a Justiça Eleitoral, não existe tema tabu: que ele não apoia, mas aceita discutir o assunto

Há um ano e meio das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou na sexta-feira, 14, uma campanha para mostrar que a urna eletrônica é segura e transparente. O presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, nega que o objetivo seja responder ao presidente Jair Bolsonaro, que critica abertamente a urna eletrônica e defende a aprovação de uma PEC para tornar o voto impresso obrigatório. Segundo Barroso, quem critica a urna eletrônica ou coloca em dúvida o seu resultado precisa apresentar as provas. Caso contrário, o questionamento não passa de retórica política. Para informar a população sobre a transparência e segurança da urna eletrônica, o TSE vai fazer uma campanha de esclarecimento.

“Não é uma campanha de resposta a ninguém, não é uma campanha de polemização. É apenas uma campanha de transparência para que a sociedade tenha conhecimento pleno, informação fidedigna sobre a lisura do nosso sistema eleitoral.” O ministro ainda lembrou que a proposta tem um custo estimado de R$ 2 bilhões. Ele questiona inclusive se esse seria o momento adequado de assumir uma despesa como essa. O ministro Barroso explicou ainda que o Congresso é o lugar certo para discutir o assunto e garantiu que, se o voto impresso for aprovado, ele será implementado se não for novamente considerado inconstitucional pelos ministros do STF. Ele explicou, no entanto, que é papel do TSE apontar uma série de problemas na proposta. “Eu acho que seria inútil, relativamente ao discurso da fraude. Porque esse é um discurso político. Nos EUA, havia voto impresso. Boa parte das pessoas que defendem o voto impresso no Brasil afirmaram que houve fraude nas eleições americanas. Portanto, nós ficaríamos no mesmo lugar.”


Fonte: Jovem Pan

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