As primeiras horas após o primeiro turno das eleições municipais são marcadas pelo anúncio e pela costura de apoios importantes para a reta final do pleito. O aceno a um dos dois candidatos remanescentes, muitas vezes, ocorre em consonância com a linha ideológica defendida pelos partidos. Em outros casos, porém, pode causar desconforto na cúpula partidária. É o caso do apoio do ex-ministro e ex-senador Armando Monteiro (PTB), um dos quadros mais relevantes da política em Pernambuco. Após apoiar o ex-ministro da Educação do governo de Michel Temer, Mendonça Filho (DEM), no primeiro turno da corrida pela Prefeitura do Recife, Monteiro anunciou seu apoio à Marília Arraes (PT), que enfrentará seu primo, João Campos (PSB), no dia 29 de novembro. Presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson não gostou nada do gesto e afirmou que a postura “desafia a diretriz nacional do partido”.
“O PTB tem questão fechada contra apoiar partidos do Foro de São Paulo. O PT é seu principal signatário. Essa posição de Pernambuco desafia a diretriz nacional do partido”, escreveu em um grupo do partido. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo do Mensalão, Jefferson é um crítico ferrenho dos partidos de esquerda, se aliou ao presidente Jair Bolsonaro e chegou, inclusive, a convidá-lo para se filiar ao PTB – Bolsonaro está sem partido desde a sua saída do PSL, partido pelo qual foi eleito em 2018. No primeiro turno, em Recife, João Campos recebeu 233.028 votos (29,13%), ante 223.248 votos (27,90%) de Marília Arraes. Mendonça Filho, do DEM, teve 200.551 votos (25,07%), seguido por Delegada Patrícia (Podemos), com 112.296 votos (14,04%). A candidata do Podemos recebeu o apoio do chefe do governo federal, participou de uma de suas lives na qual declarava apoio a alguns postulantes, mas não emplacou.
Fonte: Jovem Pan